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Maira Caleffi: uma mulher dedicada à saúde de milhares de outras (PARTE 2)

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Leia a primeira parte desta matéria em: www.revistahospitaisbrasil.com.br/noticias/maira-caleffi-uma-mulher-dedicada-a-saude-de-milhares-de-outras-parte-1

Por Carol Gonçalves

(…)

Fale sobre o modelo de colar com bolas cor-de-rosa, representando tumores, e o prêmio na Casa Branca. O que representam?

O colar da vitória foi um projeto desenvolvido pelo Imama que a Femama multiplicou em todo o Brasil junto à sua rede de ONGs dedicadas ao combate ao câncer. Através do colar era possível demonstrar o tamanho dos nódulos e esclarecer a importância do diagnóstico precoce. Era uma peça didática e lúdica, que chegou a integrar um projeto em escolas, pelo qual as crianças levavam o colar com uma cartilha explicativa para casa, compartilhando com as mães. Quanto à Casa Branca, fui indicada por uma instituição parceira internacional para integrar a celebração da abertura do Outubro Rosa nos Estados Unidos. Tive a oportunidade de realizar um discurso e participar da cerimônia de iluminação rosa da Casa Branca. Minha participação neste evento significou a importância da união entre os países do ocidente (eu do Brasil) e do oriente (uma líder de advocacy da Arábia Saudita) no controle de um tipo de câncer que, embora curável, ainda tira tantas vidas ao redor do mundo e é de extrema relevância no Brasil. Foi um momento inesquecível na minha vida! Aquelas coisas que às vezes a gente precisa sentir para ter a certeza: estou no caminho certo.

Como você e as instituições em prol da causa vêm ajudando a mudar a denominação de “doença do silêncio” dada ao câncer?

Fazendo muito “barulho”, sempre trabalhando com informação baseada em evidência científica e empoderamento de pacientes. De um lado, é preciso desmistificar conceitos equivocados sobre o câncer de mama, que é uma doença altamente curável, trazendo dados e informação pertinente, provocando o debate, aumentando a conscientização para o diagnóstico precoce, construindo um ambiente confortável para que a paciente que enfrenta o câncer procure ajuda e encare o tratamento com mais confiança. De outro lado, o empoderamento acontece quando, à frente das instituições Imama e Femama, procuro inspirar as mulheres a conhecer e lutar por seus direitos enquanto pacientes. Deixar claro que elas dependem de um atendimento ágil e de qualidade, com vida digna, até mesmo, convivendo com a doença nos casos de metástase. Por exemplo, mostrar que essa fase tardia da doença já pode ser controlada. Saber é uma forma poderosa de mudar a realidade, o paciente com câncer que conhece a sua doença pode ter muito mais qualidade de vida.

Qual a importância do papel do profissional de saúde ao lidar com mulheres com câncer?

Pacientes oncológicas precisam de atendimento multiprofissional, contemplando oncologista, mastologista, fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo, psiquiatra, geneticista e enfermeira. O ideal é uma equipe trabalhando em conjunto o tempo todo e de preferência num só lugar. Esses profissionais têm um papel fundamental na recuperação das pacientes, inspirando confiança no tratamento e as conduzindo para que convivam com a doença com dignidade e qualidade. É importante também o acompanhamento e o suporte dos familiares e amigos, bem como a busca de ajuda junto a instituições de apoio a pacientes, onde é possível esclarecer dúvidas e compartilhar experiências sobre o processo vivenciado, além de contar com serviços especiais e se engajar pela luta por direitos.

Conte uma experiência marcante de sua trajetória.

Para mim, é trabalhar como mastologista, professora e pesquisadora dentro de Hospital Moinhos de Vento, tendo a oportunidade de colocar em prática tudo o que aprendi em 20 anos de treinamento no exterior, consultório privado e hospitais que atendiam pacientes do SUS e com residência. Em 2003, nasceram dois grandes projetos marcantes na minha vida: o Núcleo Mama Moinhos e o Projeto Social e Pesquisa, do Núcleo Mama Porto Alegre. Adoro trabalhar no Hospital Moinhos de Vento!

Você tem atuação internacional no momento?

Sim. Estou muito orgulhosa de ter sido reeleita para o Conselho de Diretores da União Internacional de Controle do Câncer (UICC), com sede em Genebra, no período 2014-2016. Trata-se de uma instituição com 900 membros em 155 países fundada em 1933 cuja missão é unir a comunidade de câncer em busca de melhores políticas públicas de saúde de uma forma global. Através desse trabalho tenho participado de vários comitês internacionais!

Como é a sua rotina?

Nem queira saber! Alguns acham que eu faço muita coisa, mas acredito que faço uma só: controle de câncer de mama, da prevenção ao tratamento.


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