A Federação dos Hospitais do Estado de São Paulo (FEHOESP), representante de 530 hospitais particulares no estado, lembra nesta data a função original do hospital: a de acolher, hospedar e tratar de doentes que realmente necessitam desse tipo de serviço. Originária do latim, a palavra hospital significa hospitaleiro, acolhedor.
Mas segundo o presidente da Federação e do Sindicato dos Hospitais de Ribeirão Preto (Sindribeirão), Yussif Ali Mere Júnior, o hospital acabou assumindo o papel que muitas vezes caberia aos serviços de atenção primária ou secundária. “Como o acesso aos serviços básicos é difícil, não há especialistas nos centros médicos públicos e muitas vezes marcar um exame pode demorar meses. Então a população acaba optando por procurar atendimento no hospital, onde acaba encontrando serviços de consulta, diagnóstico, exames e internação”, conta.
No entanto, o hospital é um equipamento caro. Só deveria ser utilizado no final da cadeia da saúde. Por empregar altas tecnologias e insumos precificados em valores internacionais, o tratamento acaba custando mais para o Sistema Único de Saúde (SUS), para os planos de saúde e para os pacientes, quando particulares.
Para Ali Mere, esse acesso equivocado provém de uma cultura “hospitalesca” e da falha do sistema de saúde no país, que nem de longe oferece uma assistência única , integrada e hierarquizada. Somente com um sistema que priorize o atendimento primário, com oferecimento de um serviço multidisciplinar envolvendo médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, fisioterapeutas, entre outras especialidades, é que teremos um sistema de saúde eficiente e funcional.
História
A Federação dos Hospitais lembra que o primeiro hospital do Brasil surgiu da caridade das ordens religiosas. Em 1544 foi fundada a Santa Casa de Santos. Posteriormente, as colônias de imigrantes reuniram esforços e doações e fundaram seus próprios hospitais. Daí surgiram o Hospital Beneficência Portuguesa, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o Hospital Israelita Albert Einstein, o Hospital Sírio-Libanês, o Hospital Santa Cruz (da colônia japonesa), entre outros.
Segundo o presidente da Federação, hoje muitos hospitais são verdadeiros centros de excelência, não deixando nada a dever a grandes centros internacionais dos Estados Unidos ou Europa. São 131 hospitais no Brasil (públicos e privados), sendo 59 no estado de São Paulo, que receberam a certificação máxima de qualidade da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
A FEHOESP, focada na melhoria do atendimento hospitalar, promove seminários, cursos e debates entre seus associados objetivando efetiva elevação dos índices de qualidade e melhoria dos serviços prestados à população.