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Hospitais e autoridades públicas discutem doações e transplantes de órgãos e tecidos

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Depois de um crescimento importante no número de doações no país nos últimos 10 anos, de 2014 para 2015 elas estagnaram até com uma leve queda. De 2014 para 2015, o total de doações caiu de 14,2 para 13,9 por milhão de habitantes e está muito longe do que, por exemplo, a Espanha, modelo mundial nesta área, onde são feitas 35 doações por milhão.

Esta realidade motivou a Funfarme/Hospital de Base de São José do Rio Preto (SP) a realizar, pelo terceiro ano consecutivo, o 3º Encontro das Organizações de Procura de Órgãos (OPOs) e Comissões Intra-Hospitalares de Transplantes (CIHT) da Regional de Rio Preto. Entre os dias 11 e 13 de agosto, cerca de 80 profissionais de 12 instituições da região Noroeste do Estado de São Paulo discutiram políticas públicas e ações para aumentar o número de doações e transplantes de órgãos e tecidos.

Para o evento, a Funfarme trouxe a Rio Preto a coordenadora substituta do Serviço Nacional de Transplantes, Dra. Patrícia Gonçalves Freire dos Santos, a diretora técnica da Central de Transplantes – Regional II do Estado de São Paulo, enfermeira Cláudia Wolf, e Dr. Joel de Andrade, coordenador do Sistema Estadual de Transplantes de Santa Catarina, Estado referência no país em estrutura de captação, doação e transplante.

A insatisfação com os resultados, motivação do Encontro, existe mesmo tendo a região Noroeste apresentado o melhor desempenho no Estado e um dos melhores do país, em 2015. No ano passado, as 12 instituições atuantes na OPO de Rio Preto conseguiram 25 doações por milhão de habitantes, enquanto a média do Estado de São Paulo é de 19 doações/milhão.

O índice de recusa dos familiares à doação é também satisfatório quando comparado com o Brasil. “Dos familiares consultados, 25% se recusam, enquanto a média do Estado é de 30% e do país, de 45%”, disse Dr. João Fernando Picollo, nefrologista da Funfarme/HB e coordenador da OPO de Rio Preto. “Não estamos satisfeitos. Os profissionais dos hospitais querem melhorar a estrutura e processos que envolvem a doação, captação e transplantes.”

Para melhorar, médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais das instituições que compõem a OPO da região participaram de treinamento ministrado pela equipe de Santa Catarina com o objetivo de aprimorarem a comunicação com os familiares dos potenciais doadores.O treinamento contou com palestras teóricas sobre técnicas e uma simulação da conversa com os familiares.

“A doação tem várias etapas críticas, entre identificar o potencial doador e definir a morte encefálica, por exemplo. Depois, vem a fase mais crucial, de acolhimento e abordagem da família, quando a habilidade de se comunicar é importantíssima. Quando os profissionais entendem as necessidades e desejos dos que perderam o ente querido e estabelecem uma relação de ajuda é quando se pode criar a possibilidade da doação”, declarou Dr. Joel de Andrade.


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