Mais que uma atividade artesanal, uma terapia para quem passa pela aflição de ter um ente querido internado durante dias, semanas e meses em uma unidade hospitalar. Assim é o projeto Entrelaçando, desenvolvido pelo setor de humanização do Hospital Infantil de Palmas (TO), que promove aos acompanhantes oficinas de bordados com a técnica apliquê e crouchê e teve as peças expostas pela primeira vez na manhã desta terça-feira (16).
A assistente social Ednalva Ferreira explica como funciona o projeto. “Este projeto é sustentável e cada pessoa produz duas peças, leva uma para casa e a outra fica para ser comercializada para a manutenção do projeto. Temos notado que isso diminui os traumas que a doença causa na vida, principalmente das mães que acompanham seus filhos no isolamento. A gente orienta com as técnicas, fornece o material a ser utilizado e nos horários em que as crianças estão calmas ou dormindo, elas praticam, para que a atividade não atrapalhe os cuidados com os pacientes”, destacou.
O aprendizado, que é levado para casa, pode ser usado como fonte de renda para as famílias carentes. “Ao receber alta, a pessoa recebe uma apostila com o passo a passo dos desenhos que mais gosta. Com isso ela pode confeccionar as peças em casa e vender para complementar a renda. Ficamos muito contentes com a dedicação delas que, muitas vezes chegam aqui para discutir cores e formato de bico, o que para nós é gratificante”, ressaltou a assistente social Maria Catarina Machado.
A felicidade das assistentes vem do bom resultado que o esforço proporciona. Todo o material usado nas oficinas foi adquirido com recursos próprios das assistentes e a doação de um dentista plantonista na unidade. Além disso, as servidoras levam as peças para passar e costurar as barras em casa para que tudo tenha um acabamento perfeito.
Há um mês acompanhando o filho de cinco anos, que está internado na unidade, a dona de casa, Roberta Rodrigues, aprovou o projeto. “Estou muito feliz com este serviço, pois faz com que a gente pare de pensar em doença, pelo menos por algumas horas. Foi a primeira vez que fiz este tipo de artesanato e procuro fazer tudo direitinho. Quando for embora, pretendo continuar fazendo para vender”, afirmou, exibindo orgulhosa as peças que já conseguiu produzir.
A exposição de terça-feira teve panos de prato, aventais, guardanapos, bate-mão, pano de fogão, tapete e jogos americanos com preços que variavam de R$ 7,00 a R$ 30,00.