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Paciente ganha poder

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Quando adquirimos um produto ou um serviço, sempre buscamos evidências de qualidade, eficiência e uma boa relação custo-benefício. Por exemplo, ao adquirir um carro, primeiramente pesquisamos se ele é econômico, se a manutenção é cara, e se ele atende as nossas necessidades adequadamente.

Na assistência à saúde, no entanto, que também é um serviço prestado ao cidadão, percebemos que esta lógica não prevalece. A população não conhece a qualidade do atendimento ao qual está se submetendo e, pior, desconhece a existência de critérios de avaliação que poderiam ajudá-la a identificar se determinada instituição tem a qualidade como premissa.

A acreditação hospitalar – que é uma certificação de qualidade emitida por entidades acreditadoras – cumpre esse propósito, e é alentador que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) tenha tomado a recente decisão de tornar pública uma lista de hospitais certificados que atestam sua excelência.

A agência, acertadamente, aposta no empoderamento do cidadão, para que este possa, com transparência, avaliar e escolher entre as instituições de saúde a que tem acesso aquela que apresenta melhor desempenho. A intenção, além disso, é reconhecer os hospitais que investem na melhoria da qualidade de suas estruturas, primam pela qualidade e segurança assistencial e pela recuperação mais efetiva dos seus pacientes.

Em um hospital, qualidade constrói-se menos com genialidade e mais com a observância rigorosa de processos por um corpo assistencial altamente capacitado e com a medição e análise constante dos resultados. É necessário também humanizar o atendimento e dar ao paciente a melhor experiência de cuidado possível, evitando o desperdício e assegurando que ele não só receba uma assistência adequada, mas também eficaz. E é fundamental que uma entidade independente audite e certifique que tudo isso está efetivamente implantado em um hospital, e esse é o papel das acreditadoras.

A iniciativa, que vem em conjunto com outras, como o renascimento do Programa de Qualificação de Prestadores de Serviços de Saúde (Qualiss), demonstra uma justificada preocupação da ANS com a qualidade do atendimento aos beneficiários de planos de saúde em muitas instituições privadas, ansiedade esta a qual compartilhamos como entidade representativa dos hospitais privados de excelência no Brasil, que investem sistematicamente em programas de qualidade e aprimoramento da atenção ao paciente.

Em meio a um momento político e econômico conturbado, com manchetes negativas e caos em praticamente todos os setores da economia, esse novo cenário que se desenha na saúde suplementar é um alento para o setor e para a população.

Acreditamos que boas escolhas nascem, primeiramente, de boas informações, e a partir de agora os cidadãos podem e devem tomar decisões melhores sobre a sua saúde com base em informações mais transparentes. Essa proposta, felizmente, começa a ganhar mais força a cada dia.

A saúde suplementar depende de uma rede credenciada de qualidade para atrair clientes – em especial em um período de retração e de crise como o que vivemos hoje. Na outra ponta, a sustentabilidade dos hospitais, assim como de muitos outros prestadores de serviços de saúde, depende do equilíbrio do segmento de beneficiários de planos de saúde.

Investir na transparência do relacionamento e na qualidade e segurança dos serviços prestados, com certeza, beneficiará a todos.

 

Dr. Francisco Balestrin é vice-presidente Executivo e diretor médico Corporativo do Grupo VITA, presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) e presidente eleito da Associação Mundial de Hospitais (IHF)


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