A Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins, por meio da Diretoria de Atenção Primária (DAP), iniciou na quarta-feira (24), a Capacitação para Alimentação do Sistema de Registro de Atendimento às Crianças com Microcefalia (Siram), destinada a enfermeiros e digitadores que atuam na Atenção Básica dos 139 municípios do Tocantins.
O sistema foi desenvolvido pelo Ministério da Saúde para registrar o acompanhamento das crianças com suspeita de microcefalia e aquelas com diagnóstico conclusivo para a doença e contribui no auxílio às investigações epidemiológicas e de acompanhamento em saúde das crianças com quadro suspeito ou com diagnóstico confirmado de microcefalia.
O gerente de Ciclos de Vida da Diretoria de Atenção Primária, Rogério Figueiredo, explicou que o sistema veio para dar uma base de dados e ajudar a organizar o acompanhamento das crianças. “Ele facilita o registro das informações e com isso sabemos se a criança recebeu o atendimento adequado, se está sendo submetida aos exames que precisa, se está sendo acompanhada para os demais pontos de atenção”, ressalta.
O Siram recebe dados do Registro de Eventos em Saúde Pública (Resp) e do Cartão Nacional de Saúde e também permite a inclusão de crianças não notificadas. Também oferece campos de informação como: Consulta de Atendimento Clínico, Histórico de Atendimentos Clínicos, Cadastro de Atendimento Clínico, Dados do Responsável da Criança, Registro de Acompanhamento, Dados Clínicos, Registro de Exames, Diagnóstico de Microcefalia, Triagens Neonatais e Desfecho.
Para a enfermeira do município de Formoso do Araguaia, Aline Sousa, o sistema inova no acompanhamento da criança. “Facilita aos profissionais de saúde o acesso ao banco de dados desenvolvido durante o atendimento, contribuindo para a melhor qualidade vida da criança”, diz.
Já o operador de sistemas, Saymon Reylon, acredita que o Siram vai melhorar o atendimento das crianças com microcefalia. “Esse acompanhamento vai ficar mais fácil de chegar ao Ministério da Saúde e aos especialistas que acompanham a criança, porque já vamos alimentar as fichas no próprio município, gerando automaticamente todo um arquivo sobre o caso daquela criança”, completa.
Até o dia 15 de agosto deste ano, 181 crianças haviam sido notificadas no Tocantins com quadro suspeito de microcefalia, 90 delas tiveram diagnóstico descartado para microcefalia, 74 estão sob investigação e oito tiveram diagnóstico confirmado para microcefalia através de alteração típica registrada em exame de imagem e três confirmados como sugestivos de infecção congênita provocada por sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus ou herpes. Nenhum dos casos confirmados teve relação confirmada de casualidade por infecção pelo vírus Zika.
As capacitações do Siram estão acontecendo em Palmas, no prédio do Ministério da Saúde e seguem até o dia 2 de setembro.