A Associação Brasileira para Estudos da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) lança as novas Diretrizes Brasileiras de Obesidade (4ª edição) durante a comemoração de seus 30 anos. São 186 páginas que abordam desde o diagnóstico até o tratamento da obesidade, considerando seus aspectos multifatoriais.
Cada vez mais, a prática médica vem sendo influenciada por notícias e direcionamentos a que estamos expostos por meio dos diversos canais de informação existentes. Entretanto, muitos dos conteúdos disponíveis não se baseiam em evidências científicas que possam ser utilizadas com segurança. Isto é particularmente verdadeiro na área da obesidade, onde ainda existem preconceitos, tabus, e visões distorcidas em relação ao paciente, ao médico e ao tratamento farmacológico.
Diretrizes bem desenvolvidas têm o potencial de melhorar a adequação da prática médica, a qualidade do atendimento, a relação custo-eficácia promovendo um uso eficiente de recursos, identificar lacunas na base de evidência e áreas de novas necessidades de pesquisa. Além disso, diretrizes práticas bem estabelecidas minimizam dano, reduzem práticas inadequadas, e ajudam na produção de um desfecho de saúde melhor para o paciente, e podem até mesmo ser usadas como base para a regulamentação de procedimentos e a tomada de decisão. O objetivo final é sempre a qualidade do cuidado, servindo o melhor interesse do paciente.
As Diretrizes de Obesidade foram revisadas e atualizadas com o objetivo de fornecer dados contemporâneos sobre a etiologia, o diagnóstico e o tratamento dietético, cognitivo comportamental, farmacológico em adultos e em crianças e adolescentes do sobrepeso e da obesidade, doença tão prevalente na população mundial. As diretrizes são formadas por declarações específicas com graus de recomendação baseados em forças de evidência de acordo com os estudos, que denotam a estimativa de certeza e precisão: evidências fortes, com estudos de alta qualidade e múltiplas populações avaliadas (grau A); intermediárias, como ensaios randomizados controlados (ERC) menores, estudos de corte e estudos caso-controle (grau B); fracas, como relatos ou séries de casos (grau C); e, por fim, desprovidas de evidências clínicas, são as derivadas da opinião de especialistas, os consensos, as opiniões e teorias, as revisões não sistemáticas, os estudos pré-clínicos em modelos animais, mecanísticos e in vitro (grau D).
A ABESO é uma sociedade multidisciplinar sem fins lucrativos que reúne cerca de 500 associados espalhados por todo o país, das diversas categorias profissionais envolvidas com o estudo da obesidade, da síndrome metabólica e dos transtornos alimentares: endocrinologistas, nutricionistas, clínicos gerais, cardiologistas, psicólogos, psiquiatras, cirurgiões, pediatras, nutrólogos, professores de educação física, fisioterapeutas, etc. Informações: www.abeso.org.br.