Inacreditável a ignorância das pessoas que conduzem as medidas mais importantes da saúde pública do nosso país. A começar pelo ministro, que há mais de 20 anos não exerce a profissão. A chamada do exército para matar mosquitos em todo território nacional é simplesmente inacreditável. Todo esse dinheiro deveria ser investido no óbvio, que é um maciço investimento no saneamento básico do território brasileiro. O país está sujo. Literalmente sujo. Física e politicamente falando.
Explico melhor: as doenças transmitidas pelo mosquito têm transmissão óbvia, horizontal. Não são somente verticais. O Brasil, na grande maioria das regiões, é terra de ratos e baratas, vítimas da falta de saneamento básico, da falta de investimento naquilo que é fundamental para a saúde humana e que se chama higiene.
Registro a minha indignação como patologista e cientista, por esse absurdo em que a mídia está sendo envolvida. Enquanto correm para matar mosquito, aqueles que coordenam a saúde pública do nosso país enganam o povo em relação à absurda falta de saneamento básico. Vamos limpar o Brasil!
Beny Schmidt é chefe e fundador do Laboratório de Patologia Neuromuscular e professor adjunto de Patologia Cirúrgica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ele e sua equipe são responsáveis pelo maior acervo de doenças musculares do mundo, com mais de doze mil biópsias realizadas, e ajudou a localizar, dentro da célula muscular, a proteína indispensável para o bom funcionamento do músculo esquelético – a distrofina. Possui larga experiência na área de medicina esportiva e foi um dos criadores do primeiro Centro Científico Esportivo do Brasil, atual Reffis, do São Paulo Futebol Clube, e do CECAP (Centro Esportivo Clube Atlético Paulistano). Foi homenageado pela Câmara Municipal de São Paulo com a entrega da Medalha Anchieta e do Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo, como agradecimento por feitos em prol da saúde. Seu pai, Benjamin José Schmidt, foi o responsável por introduzir no Brasil o teste do pezinho.