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Médicos e redes sociais: o que pode ou não pode?

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Os médicos brasileiros têm o hábito de usar o WhatsApp para falar com seus pacientes, uma prática muito mais comum no Brasil do que em outros países. Os profissionais das terras tupiniquins também investem no uso de outras redes sociais, principalmente Facebook e Instagram.

Segundo uma pesquisa da consultoria britânica Cello Health Insight, realizada entre médicos de oito países (Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha, Estados Unidos, China e Brasil), 87% dos profissionais brasileiros haviam se comunicado com seus pacientes via WhatsApp nos 30 dias anteriores à entrevista. A Itália apareceu em segundo lugar, distante, com 61%.

“É certo que informações trocadas por esses canais podem aproximar médico e paciente. Esclarecimentos simples podem ser feitos, mas, cuidado! Essas mensagens podem ser utilizadas em processos contra médicos e, muitas vezes, são colocadas em contextos desfavoráveis, exacerbando as acusações do paciente”, alerta a advogada Amanda Bernardes, especialista em Defesa Médica.

A Resolução nº 2.133/2015, do Conselho Federal de Medicina (CFM), contém esclarecimentos sobre a divulgação e publicidade de assuntos médicos na internet e em canais das redes sociais, mas, segundo Bernardes, são precárias as regulamentações sobre o tema. “A bem da verdade, o médico que deverá ter bom senso e ética para decidir sua conduta”, afirma.

De acordo com o CFM, o profissional é vedado de consultar, diagnosticar ou prescrever por qualquer meio de comunicação de massa ou à distância, mas é permitido orientar pacientes que estejam em tratamento presencial para o esclarecimento de dúvidas simples. Além disso, médicos são proibidos de distribuir e publicar em sites e canais de relacionamento fotos tiradas com pacientes no momento de atendimento, como consultas ou cirurgias.

“Diagnósticos e prescrições não devem ser feitos dessa forma. Caso entre em contato, é recomendado orientar o paciente a procurar um pronto-atendimento para consulta médica”. Bernardes acrescenta que, se optar pelo uso, é importante que o médico esteja atento às normas do CFM e se resguarde. “Fazer o backup de eventuais diálogos com pacientes, a fim de garantir a segurança é fundamental”, sugere.

Ainda de acordo com o CFM, é proibido divulgar imagens ou áudios que caracterizem sensacionalismo, autopromoção ou concorrência desleal, incluindo, fotos conhecidas como “antes” e “depois”.


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