Problema que atinge mais de cinco milhões de brasileiros, as varizes podem causar dor, inchaço, desconforto estético, além de provocar o surgimento de feridas (úlceras venosas), se não tratadas. Com a finalidade de ajudar pacientes com esse perfil, o Hospital São Rafael (HSR), em Salvador (BA), oferece pelo SUS, de forma pioneira no país, a Escleroterapia Ecoguiada com Espuma, técnica menos invasiva no tratamento de varizes. Recentemente, o assunto ganhou visibilidade nacional, uma vez que a técnica está sendo passada para outros estados, por meio de cursos, e vem beneficiando os menos favorecidos, pelo SUS.
Por meio de um convênio firmado entre o HSR e a Prefeitura de Salvador, a população de baixo poder aquisitivo está tendo acesso ao tratamento ‘mini-invasivo’, seguro e eficaz, realizado em ambiente ambulatorial. “Tão efetiva quanto à cirurgia convencional, a Escleroterapia com Espuma diferencia-se por tratar as varizes e úlceras (feridas) varicosas, sem necessidade de anestesia, cortes ou internamento”, afirma o angiologista responsável pelo serviço no HSR e divulgador da técnica no país, Marcelo Liberato.
O procedimento é rápido e já beneficiou mais de 2.800 soteropolitanos. A espuma de polidocanol (esclerosante) é injetada na veia varicosa, fechando-a e desviando o sangue para as veias normais, de maneira que seja restabelecida a plena circulação nos membros inferiores. “O paciente chega ao ambulatório, recebe a sessão de espuma e sai andando com o curativo ou a meia de compressão elástica. Seguramente, essa técnica é uma esperança para diminuir as longas filas de espera para o tratamento das varizes e úlceras venosas e, com isso, o sofrimento de quem as carrega consigo”, explica o especialista.
Durante o projeto de pesquisa e trabalhos voluntários, centenas de pacientes receberam o tratamento gratuitamente no Hospital São Rafael. Os resultados foram tão satisfatórios que renderam o convênio com o município, garantindo atendimento aos doentes graves. Os pacientes tratados têm entre 18 e 94 anos de idade. Muitos estavam afastados de suas atividades, pelo INSS, ou haviam se aposentado por invalidez, antes de terem acesso ao tratamento.
O critério utilizado para o atendimento é a gravidade da situação. Para fazer essa triagem, foram treinados mais de 250 profissionais da área de saúde, locados em 110 postos de saúde espalhados por Salvador. Enfermeiros e técnicos realizam a primeira seleção, em seguida um médico angiologista também avalia a situação antes de direcionar o paciente para o tratamento no hospital.