O Ministério da Saúde decidiu incorporar o Xeljanz oral, indicado para pacientes com artrite reumatoide de moderada à grave, à lista de medicamentos fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O gestor do Serviço de Reumatologia do Hospital Mãe de Deus, Dr. Claiton Brenol, explica que o medicamento é indicado para pacientes que não responderam adequadamente a outras drogas destinadas ao controle da doença. A artrite reumatoide não tem cura, mas pode ser bem controlada e ter seus sintomas resolvidos quando se atinge a remissão da doença, ou seja, quando deixa de estar ativa, com desaparecimento da dor e do inchaço das juntas. “Se a artrite reumatoide não for tratada pode levar à incapacidade física e piora importante da qualidade de vida”, alerta o Dr. Brenol, que participou como pesquisador dos estudos científicos que possibilitaram a aprovação do medicamento nas agências regulatórias internacionais e do Brasil (ANVISA).
A decisão foi publicada no Diário Oficial da União em 02 de fevereiro e o medicamento deverá estar disponível nas farmácias de Alto Custo do SUS em 180 dias. Para ter acesso gratuitamente ao Xeljanz oral o médico reumatologista precisa fornecer a prescrição e documentação sobre a doença para ser entregue na Secretaria Estadual de Saúde que avaliará a correta indicação do medicamento através de auditoria. Após aprovação da documentação, o paciente poderá receber o medicamento, que é de alto custo – em torno de R$ 4mil.
Lançado no Brasil em 2015, Xeljanz (citrato de tofacitinibe) representa uma nova classe de medicamentos para a doença. Administrado por via oral, o produto apresenta um mecanismo inovador que age dentro das células, inibindo a janus quinase, uma proteína importante nos processos inflamatórios característicos da artrite reumatoide. O Xeljanz é o primeiro medicamento oral contra a artrite reumatoide a chegar ao mercado brasileiro e funciona como mais uma opção a pacientes que deixaram de responder a outros remédios. Além do mais, possui eficácia similar aos medicamentos biológicos que revolucionaram o tratamento da artrite reumatoide nos últimos 15 anos.
A artrite reumatoide é uma doença crônica, inflamatória e progressiva que afeta as articulações e pode causar rigidez, deformidade articular, desgaste ósseo e uma série de incapacidades para as rotinas diárias. É mais comum por volta dos 30 aos 40 anos e, no Brasil, estima-se que a enfermidade afete cerca de dois milhões de pessoas, especialmente mulheres.
O Dr Brenol afirma que a artrite reumatoide pode iniciar com apenas uma ou poucas articulações inchadas, quentes e dolorosas, geralmente acompanhada de rigidez para movimentá-las principalmente pela manhã e que pode durar horas até melhorar. O quadro clínico mais comum é caracterizado por artrite nos dois lados do corpo, principalmente nas mãos, nos punhos e pés, que vai evoluindo para articulações maiores e mais centrais como cotovelos, ombros, tornozelos, joelhos e quadris. As mãos são acometidas em praticamente todos os pacientes.
“A evolução é progressiva sem o tratamento adequado, determinando desvios e deformidades decorrentes do afrouxamento ou da ruptura dos tendões e das erosões articulares. A artrite reumatoide pode levar a alterações em todas as estruturas das articulações, como ossos, cartilagens, cápsula articular, tendões, ligamentos e músculos que são os responsáveis pelo movimento articular”, complementa.