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Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro solicita a inclusão do estado na área de recomendação de vacina contra febre amarela

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O Rio de Janeiro será o primeiro Estado do país incluído na área de recomendação de vacina contra febre amarela sem que nenhum caso tenha sido registrado em seu território. O pedido de inclusão foi feito ao Ministério da Saúde pela Secretaria de Estado de Saúde na última semana, com o objetivo de expandir a estratégia de vacinação como medida preventiva, que já vem sendo adotada pela SES em 30 municípios localizados nas divisas com Minas Gerais e Espírito Santo, estados onde há casos confirmados da doença.

Com a inclusão do RJ na área com indicação para vacinação, a SES estima que toda população do estado, observando as contraindicações, seja imunizada até o fim deste ano. Ao todo, a estimativa é de que serão necessárias cerca de 12 milhões de doses. Para a primeira etapa, já foram solicitadas 3 milhões de doses ao MS. A previsão é de que a imunização seja intensificada a partir da última semana deste mês.

“O estado do Rio já vem adotando medidas preventivas, como a vacinação da população das cidades que estão próximas às divisas com os estados onde há confirmação de casos, estratégia que vem se mostrando eficiente uma vez que não há nenhum registro de caso da doença em humanos até o momento. Nossa equipe de Vigilância em Saúde vem acompanhando a evolução do cenário epidemiológico no país para que possamos fazer avaliações constantes e dessa forma, continuar nos antecipando, com foco na proteção da população fluminense”, explica o secretário de Estado de Saúde, Luiz Antônio Teixeira Jr.

Todos os 92 municípios terão seus estoques abastecidos para que possam organizar suas campanhas de acordo com as capacidades operacional e de armazenamento de cada um. A estimativa da SES e de que 1,5 milhão de pessoas sejam imunizadas por mês e, assim, até o fim do ano, o RJ alcance 90% da cobertura vacinal, dentro do público com indicação para a imunização. Todos os municípios serão orientados por equipes técnicas da SES para organização de suas campanhas de vacinação.

“A expansão da indicação da vacina para todo o estado é continuidade das ações preventivas que estamos adotando desde o início do ano, com base no cenário epidemiológico dos estados vizinhos. Nossas equipes irão orientar os municípios para que possam organizar suas campanhas. É fundamental que os profissionais de saúde estejam atentos às contraindicações da vacina e aos possíveis efeitos adversos”, explica Alexandre Chieppe, subsecretário de Vigilância em Saúde da SES.

Ações preventivas – Desde janeiro deste ano, a SES vem orientando aos municípios das regiões de divisa com MG e ES, com base na avaliação do cenário epidemiológico nestes estados. Até então, 30 cidades já estão imunizando seus habitantes – sendo que, em algumas delas, a indicação para a vacina se restringia* às áreas de divisa, e não à totalidade da população, com prioridade para a zona rural, uma vez que o vírus da febre amarela em circulação está sendo transmitido pelo vetor silvestre da doença. São elas: Bom Jesus do Itabapoana, Cantagalo, Carmo, Comendador Levy Gasparian, Itaperuna*, Laje do Muriae, Miracema, Natividade, Paraíba do Sul*, Porciúncula, Santo Antônio de Pádua, São Francisco de Itabapoana*, Sapucaia, Três Rios*, Varre-Sai, Campos dos Goytacazes, Itatiaia, Quatis, Resende*, Rio das Flores, Valença*, Aperibé, Cambuci, Cardoso Moreira, Italva, Itaocara, Santa Maria Madalena, São Fidelis*, São Jose de Uba e São Sebastiao do Alto.

Abastecimento – Mais de um milhão de doses já foram distribuídas a estes municípios, além de terem sido entregues aos demais municípios do estado para reabastecimento dos estoques.

Vigilância intensificada - Para tornar o sistema de vigilância mais sensível aos possíveis casos de febre amarela no território fluminense, a subsecretaria de Vigilância em Saúde também orientou os 92 municípios do estado quanto à nova definição para casos suspeitos: as prefeituras devem intensificar a vigilância por meio da notificação de todo evento suspeito, visando a detecção precoce e resposta coordenada dos serviços de saúde pública aos possíveis casos. Para tornar o sistema de vigilância epidemiológica mais sensível, devem ser notificados para fins de investigação os casos de indivíduos com febre com até sete dias de duração, acompanhada de dois ou mais dos seguintes sinais e sintomas: cefaleia, mialgia, artralgia, vômitos, icterícia e manifestações hemorrágicas, residente ou procedente nos últimos 15 dias de áreas de transmissão de febre amarela.

>> Esclareça suas dúvidas:

• Quem não deve se vacinar?

Para a ação de vacinação implementada pela SES, são contraindicações: gestantes, mulheres que estejam amamentando, pessoas com alergia a algum componente da vacina e alergia a ovos e derivados; pessoas com doença febril aguda, com comprometimento do estado geral de saúde; ou ainda pacientes com doenças que causam alterações no sistema de defesa (nascidas com a pessoa ou adquiridas), assim como terapias imunossupressoras – quimioterapia e doses elevadas de corticosteroides, por exemplo; indivíduos portadores de Lúpus Eritematoso Sistêmico ou com outras doenças autoimunes; pacientes que tenham apresentado doenças neurológicas de natureza desmielinizante (Síndrome de Guillain Barrè, ELA, entre outras) no período de seis semanas após a aplicação de dose anterior da vacina; pacientes transplantados de medula óssea; pacientes com histórico de doença do Timo; pacientes portadores de HIV; crianças menores de seis meses de idade; crianças menores de dois anos de idade que não tenham sido vacinadas contra febre amarela não devem receber as vacinas tríplice viral ou tetra viral junto com a vacina contra FA. O intervalo entre as vacinas deve ser de 30 dias. Nesta campanha, não serão vacinados bebês com idades abaixo de 9 meses e maiores de 60 anos.

• Qual é a orientação para quem perdeu o cartão de vacinação e não tem conhecimento da própria situação vacinal?

A recomendação é para que a pessoa procure o serviço de saúde que costuma frequentar para tentar resgatar seu histórico. Caso isso não seja possível, a pessoa deve iniciar o esquema vacinal normalmente.

• No caso das crianças que precisam se vacinar, quais são os riscos de receber a vacina contra a febre amarela junto com outras vacinas?

A vacina de febre amarela não deve ser aplicada ao mesmo tempo em que as vacinas tríplice viral (contra sarampo, rubéola e caxumba) ou tetra viral (contra sarampo, rubéola, caxumba e varicela). Se a criança tiver alguma dose do Calendário vacina em atraso, ela pode tomar junto com a de febre amarela, com estas exceções citadas – tríplice e tetra viral. Já as crianças que não receberam nenhuma destas três vacinas e forem atualizar sua situação vacinal, a recomendação é para que elas recebam a primeira dose contra febre amarela e posteriormente, com intervalo de pelo menos 30 dias, deve ser agendada a vacinação com tríplice viral ou tetra viral.

• O que é febre amarela?

Há dois tipos de febre amarela – silvestre e urbana. As duas são causadas pelo mesmo vírus, mas se diferem pelo vetor de transmissão. A urbana é transmitida pelo Aedes aegypti e, de acordo com o Ministério da Saúde, desde os anos 40, o Brasil não registra casos deste tipo da doença. Já a silvestre é transmitida pelos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabeths, insetos de hábitos estritamente silvestres. A febre amarela silvestre é endêmica em algumas regiões do país, principalmente na região amazônica. Os sinais e sintomas mais comuns da doença são: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos que duram, em média, três dias. Nas formas mais graves da doença, podem ocorrer icterícia (olhos e pele amarelados), insuficiências hepática e renal, manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. Trata-se de uma doença infecciosa febril aguda, transmitida exclusivamente pela picada de mosquitos infectados.


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