O câncer de próstata atinge 2 milhões de homens por ano no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA) sendo a segunda doença que mais mata os brasileiros. O diagnóstico precoce aumenta de forma considerável as chances de cura da doença, mas o método de análise do paciente também é importante para determinar a extensão do câncer e possíveis metástases.
Novo método
Uma novidade no Brasil é o uso de uma tecnologia chamada PET/CT com PSMA, exame altamente específico para detectar precocemente a metástase provocada pelo câncer de próstata. O método reúne o já consagrado PET/CT (Tomografia por Emissão de Pósitrons e Tomografia Computadorizada) com o PSMA, um traçador ativado que é captado pelas células cancerígenas. Com isso, o PET/CT consegue localizar os sítios de concentração do PSMA no organismo.
Diagnóstico e acompanhamento antes das alterações
Esta combinação faz com que o câncer seja diagnosticado antes mesmo de provocar alterações anatômicas ou em casos de lesões com níveis baixos de PSA (antígeno prostático específico usado para detecção de câncer de próstata em homens assintomáticos). Estruturas com aspecto normal, mas acometidas pela doença, também podem ser identificadas durante o exame.
Metástase difícil de diagnosticar
“Cerca de 80% dos linfonodos metastáticos apresentam lesões menores que 1 cm, o que dificulta o diagnóstico pelos métodos tradicionais e prejudica a análise sobre o avanço e localização precisa da doença”, explica o médico nuclear e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, George Barberio Coura Filho, responsável clínico da Dimen SP.
Tratamento mais certeiro
A localização precisa das lesões, possibilita maior assertividade na escolha do tratamento. “Quando se descobre o foco do câncer é possível tratar com métodos mais precisos, como cirurgia guiada e radioterapia. Sem esta localização exata, o tratamento poder ser apenas local, o que diminui sua eficácia e aumenta os efeitos colaterais, resultando em subtratamentos”, explica o especialista.
De acordo com o médico, o PET/CT com PSMA tem se tornado uma ferramenta indispensável para avaliar o avanço inicial da doença, a resposta ao tratamento, investigar recidivas de câncer de próstata e também validar o uso de certos tipos de terapias.
Medicina Nuclear
Ainda pouco conhecida pelos brasileiros, a especialidade analisa a anatomia dos órgãos e também seu funcionamento em tempo real, permitindo diagnósticos e tratamentos mais precoces e precisos. A prática atua na detecção de alterações das funções do organismo acometidos por cânceres, doenças do coração e problemas neurológicos, entre outros.
A medicina nuclear conta com exames de alta tecnologia, como o PET/CT – capaz de realizar um mapeamento metabólico do corpo e captar imagens anatômicas de altíssima resolução, com reconstrução tridimensional, localizando com exatidão nódulos, lesões tumorais e inúmeras outras condições clínicas – e o SPECT/CT – tecnologia de diagnóstico mais rápida, precisa e com menos radiação, que permite melhor localização anatômica dos achados de cintilografia, permitindo um procedimento mais preciso e menos invasivo.