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Artigo – O mercado brasileiro da Medicina Nuclear

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O mercado global de medicamentos nucleares foi estimado em US$ 5,500 milhões neste último ano, e projeta um crescimento de 5,6%, atingindo US$ 8,050 milhões até 2020.

Classificados em dois tipos – diagnósticos (SPECT e PET) e terapêuticos (Alfa, Beta) – os medicamentos utilizados para diagnóstico correspondem a 98% do total dos procedimentos. Mas o segmento tem apresentado excelente crescimento também na aplicação terapêutica.

A conscientização pública, os avanços da tecnologia, a substituição de equipamentos tradicionais, o diagnóstico eficiente e os tratamentos com radioisótopos emergentes apontam, sem dúvida, para um futuro brilhante da medicina nuclear em todo o mundo.

A América do Norte detém a maior participação no mercado, seguida pela Europa, Ásia-Pacífico (APAC) e Resto do Mundo. Entre os principais atores, a nível global estão: Cardinal Health, Inc. (Estados Unidos), Cambridge Isotope Laboratories (Estados Unidos), GE Healthcare (Reino Unido), Grupo IBA (Bélgica) e Lantheus Medical Imaging, Inc. (United States).

No Brasil, o mercado ainda é incipiente, especialmente em função do excesso de regulamentação, falta de fornecimento de material radioativo, falta de opções em fornecedores no mercado, alto custo de implantação de serviços pelo enorme investimento, sem contar as elevadas cargas tributárias.

Considerando, por exemplo, a área diagnóstica, 93% do mercado brasileiro é de cintilografias, com cerca de 1,6 milhão de procedimentos anuais, contra 96 mil PETs, 20 mil terapias para tratamento de tireoide e ínfimos 7,2 mil procedimentos para detecção de linfonodo sentinela. São apenas 480 médicos nucleares em todo o país e o volume de pessoas atendidas pela medicina nuclear não chega a 895 mil pacientes.

Os diferentes serviços no atendimento aos pacientes também são muito mal distribuídos entre os estados da Federação: onde há demanda, não há equipamento e, em outras localidades, há máquinas ociosas.

Apesar disso, fazendo uma conta rápida, os impostos gerados para o Poder Púbico ultrapassa os US$ 22 milhões.

O fato é que a melhor distribuição dos serviços e o franqueado acesso da população aos procedimentos dependem única e exclusivamente de uma análise e estratégia política de atuação.

E somente a união de todos os agentes do setor, com o monitoramento das políticas públicas, o aumento na oferta de médicos e profissionais treinados, além da ampliação na disponibilidade de radiofármacos para aplicação e pesquisa, poderá atrair novos fornecedores e investimentos para o setor, com o consequente ganho para o país.

 

 

Beatriz Leme é economista, consultora na área econômica e de mercado na Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear e executiva-chefe de Serviços de Diagnósticos por Imagem


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