Uma técnica inovadora no país para tratamento de nódulos de tireoide foi realizada no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre (RS), na segunda-feira (9). A ablação por radiofrequência é minimamente invasiva e envolve a introdução de uma agulha que, conectada a um gerador, emite um calor de cerca de 80 a 100°C, determinando a morte células que compõem o nódulo. Dessa forma, ele tende a não crescer mais e inclusive pode reduzir o seu tamanho em 90%.
O procedimento é feito ambulatorialmente, apenas com uma anestesia local, sem cortes, e com uma recuperação de apenas duas horas. A técnica já é uma realidade na Europa e em países como a China e Coreia do Sul. A agulha de radiofrequência já é amplamente utilizada no Brasil há cerca de dez anos, com liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para procedimentos no fígado e rim.
Segundo o médico Radiologista Intervencionista do Hospital Moinhos de Vento, Leandro Scaffaro, até o momento apenas nódulos benignos podem ser tratados pela ablação por radiofrequência, especialmente nódulos grandes que provocam sintomas como desconforto no pescoço, dificuldades para engolir e até mesmo respirar.
O procedimento ainda não está no rol dos planos de saúde, mas a expectativa é de que isso aconteça em breve a partir das evidências que têm comprovado a eficácia e segurança do método.
O método foi realizado em uma paciente de 29 anos, com um nódulo benigno de 7 centímetros, que causava desconforto no pescoço e dificuldades para engolir. Participaram os médicos Radiologistas Intervencionistas do Hospital Moinhos de Vento, Leandro Scaffaro e Maurício Farenzena, e com o acompanhamento da Coordenadora do Ambulatório de Tireoide da instituição, Eveline Morsch.