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Sírio-Libanês executa projeto lean no Hospital Geral de Palmas

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Rogério Caiuby

Diante da superlotação das emergências de grandes hospitais do SUS, causando aumento da taxa de mortalidade de pacientes e redução na capacidade operacional, o Ministério da Saúde, através do Proadi-SUS, criou o Projeto Apoio às Ações Estratégicas.

Através dele, o Hospital Sírio-Libanês (HSL), de São Paulo, está desenvolvendo um programa de excelência operacional baseado na metodologia lean em seis emergências do SUS. Rogério Caiuby, diretor de Estratégia e Projetos da instituição, conta que a iniciativa prevê o diagnóstico da situação atual, a elaboração do plano de ação, o acompanhamento e a implantação de protocolos.

Uma das instituições para a qual o HSL está prestando consultoria é o Hospital Geral de Palmas (HGP), em Tocantins. “Nesse momento, o HGP está em fase de finalização do plano de ação para melhoria de processo, já tendo implementado, inclusive, algumas ações de ganho rápido”, explica.

A ênfase do trabalho no HPG será na redução do tempo médio de permanência do paciente e na agilidade da reocupação do leito após a alta. “Dessa forma, poderemos dar vazão à demanda de internação da emergência, diminuindo a necessidade de acomodar pacientes no corredor”, conta o diretor.

Outra linha de ação é a do plano de contingência para superlotação, que envolve um pacote de medidas a serem adotadas caso a ocupação do pronto-socorro atinja um nível que comprometa o efetivo cuidado do paciente, a despeito dos esforços desenvolvidos para evitar esse fenômeno. “Em outras palavras, trata-se de um ‘guia’ para gestão de crise, que será usado em alguma eventualidade, mas que pretendemos utilizar muito pouco”, garante.

A diretora adjunta do HGP, Renata Duran, lembra que a escolha do hospital para participar do projeto partiu de uma demanda do Ministério da Saúde e do interesse da gestão em fazer com que a unidade fosse escolhida. “Além disso, a abrangência que o HGP tem conta muito. Com esse projeto nós vamos, também, poder trocar experiências com as outras unidades”, diz.

O engenheiro de produção que atua como especialista em excelência operacional da emergência, Juvenal Neto, esclarece que quinzenalmente uma equipe está visitando o HGP. “Temos uma equipe que vem in loco, mas também temos mantido contato e recebido todo o apoio do Escritório de Qualidade do hospital, que é o canal de comunicação com o Sírio-Libanês. Essa equipe está se qualificando para que, posteriormente, ela mesma coordene vários projetos. Nós estamos dando o pontapé inicial”, reforça.

O coordenador médico do projeto, Welfane Cordeiro Júnior, também informa que no hospital estão sendo feitas uma série de atividades que vão desde a capacitação até o diagnóstico do pronto-socorro e a introdução de tecnologias de gestão para melhorar a superlotação e a passagem de pacientes. “Vários profissionais do HGP estão conosco dando andamento”, ressalta.

O projeto teve início em agosto e, de acordo com o cronograma, a implantação seguirá até o final de novembro. No início de dezembro será feito um novo diagnóstico, para avaliação dos ganhos. “O plano de contingência está em desenvolvimento, e deve estar pronto para ser colocado em testes até a primeira quinzena de outubro”, garante Caiuby, do HSL.

Vale ressaltar que dez profissionais do HGP foram treinados em gestão de emergências e metodologia lean por profissionais do Sírio-Libanês e de instituições associadas, em São Paulo. A carga horária dos cursos foi de 20 horas, e o pessoal do HGP teve participação ativa.

Com relação à distância das equipes de ambos os hospitais, Caiuby diz que toda distância é relativizada pelo interesse comum e o engajamento. “Além disso, o pessoal de Palmas tem sido um exemplo e uma inspiração nesse sentido. Se falamos em distância geográfica, temos uma equipe de trabalho do Sírio dedicada ao projeto no HGP, que visita Palmas quinzenalmente, e complementamos com troca permanente de informações, inclusive com um grupo de mensagens por celular”, expõe.

Sobre o que esse projeto agrega ao HSL, Caiuby ressalta que a instituição está em constante aprendizado. Do ponto de vista metodológico, vem aperfeiçoando, no contato com os hospitais do projeto, o desenvolvimento de soluções simples e rápidas, condizentes com problemas que também assolam os hospitais privados e que podem, indubitavelmente, encontrar aplicação no HSL. “Do ponto de vista de gestão de hospitais públicos, esse contato traz novas perspectivas em termos de práticas referentes ao nosso Instituto de Responsabilidade Social. E, por fim, o mais importante é a nossa missão em levar saúde de qualidade para o Brasil. Estes projetos são caminhos para essa realização”, finaliza.

Matéria originalmente publicada na Revista Hospitais Brasil edição 87, de setembro/outubro de 2017. Para vê-la no original, acesse: portalhospitaisbrasil.com.br/edicao-87-revista-hospitais-brasil


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