Referência nacional da área de saúde, o Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS), inaugurou na tarde desta terça-feira (31) um moderno prédio de internação com 100 leitos. A tecnologia de ponta está presente desde a concepção do edifício de oito andares até os equipamentos de última geração, o que oferece mais conforto aos pacientes e facilita o trabalho da equipe médico-assistencial.
Em seu pronunciamento, o superintendente Executivo do Hospital Moinhos de Vento, Mohamed Parrini, destacou a importância da expansão: “O novo prédio do Moinhos é mais um passo desta obra grandiosa iniciada por imigrantes alemães que fundaram a instituição há 90 anos. Nos posicionamos, cada vez mais, como um polo de desenvolvimento da economia e da qualidade de vida na região. O paciente merece a melhor atenção e o melhor serviço em saúde. Por isso nossa busca incessante pela inovação, pela tecnologia de ponta e pela medicina baseada em evidências. São atributos como esses, aprimorados ao longo de nove décadas, que nos colocaram no ranking das melhores instituições de saúde do Brasil e da América Latina”.
O projeto é resultado de um investimento de R$ 112 milhões. Desse total, cerca de R$ 25 milhões foram destinados para a aquisição de equipamentos. A capacidade de atendimento do Hospital vai ser ampliada em 5 mil pacientes por ano. Com o novo prédio, serão abertas 500 vagas diretas de trabalho, que se somam aos 4 mil colaboradores da instituição.
Dos 100 leitos, 48 são para internação, 17 destinados para o Centro de Terapia Intensiva Adulto (CTIA), 20 do Centro de Terapia Hematológica e um andar diferenciado para pacientes do Unique Moinhos.
O presidente do Conselho de Administração da Associação Hospitalar Moinhos de Vento, Eduardo Bier de Araújo Correa, enfatizou a missão de cuidar de vidas: “São motivos de muito orgulho todos esses espaços que estamos construindo. O nosso papel é ser resolutivo, para que as pessoas solucionem seus problemas, muitas vezes graves e complexos. E para oferecer isso, todos aqui trabalham muito, coordenados e alinhados”.
Na cerimônia de inauguração, o governo estadual foi representado pelo secretário da Saúde do RS, João Gabbardo dos Reis. “Passou o tempo que se achava que o poder público era o responsável pelo atendimento dos pacientes do Sistema Único de Saúde. Quanto mais pessoas tiverem planos de saúde e puderem ser atendidas nos hospitais privados, mais se desafoga o sistema público. A abertura de leitos aqui vai viabilizar a liberação de leitos no SUS”, afirmou Gabbardo.
Representando a prefeitura de Porto Alegre, esteve presente a coordenadora adjunta da Atenção Hospitalar da Secretaria Municipal de Saúde, Tatiana Breyer.
Estrutura para recuperação mais rápida dos pacientes
Durante a cerimônia de inauguração, os presentes conhecerem setores do novo prédio – interligado aos demais do complexo hospitalar. A arquitetura e os ambientes reduzem a sensação de se estar em um hospital. No terceiro andar, a moderna CTIA foi concebida, explicou o médico Cassiano Teixeira, chefe-médico da CTIA, para acelerar a recuperação motora e cognitiva. Além de equipamentos de fisioterapia de última geração, há uma área externa de 40 m2 com grama, árvores e flores para pacientes circularem ao ar livre, contribuindo para a reabilitação dos pacientes em tratamento unidades de internação e no Centro de Terapia Intensiva Adulto.
“A telemetria permite que a equipe assistencial acompanhe os dados vitais do paciente mesmo de fora do box”, acrescentou o médico, referindo-se ao sistema de monitoramento à distância disponível no novo prédio.
No lado cognitivo, explicou Cassiano, as unidades da nova CTIA são maiores, o que permite a permanência mais confortável de um familiar. Desde 2015, o Hospital Moinhos de Vento adota o padrão de visita ampliada de um familiar, que pode permanecer até 12 horas ao lado do leito. Com o projeto UTI Visitas, os pacientes passaram a ter uma recuperação melhor e recebem alta, em média, um dia antes do que o registrado no passado.
Tecnologia a serviço de pacientes e colaboradores
Entre outras facilidades nas unidades de internação, janelas grandes favorecem a entrada da claridade natural. E como os monitores dos equipamentos não ficam presos a paredes, as camas podem girar 360 graus – ficando de frente para a janela, por exemplo. A equipe assistencial também ganha conforto para realizar seu trabalho e fica mais próxima de cada paciente.
Ainda na parte tecnológica, colunas articuladas com tomadas e pontos de gases medicinais facilitam a assistência. Há telas touch screen ao lado do leito para o acesso imediato a exames de laboratório, raioS X e tomografia.
Até o que pode parecer um detalhe não foi esquecido. Resíduos de materiais utilizados – como gaze e seringa – são descartados no próprio box, para evitar que circulem abertos pela CTIA até o local definitivo. Esse cuidado reduz o risco de infecção.
Ocupando todo o sétimo andar, com 20 leitos, o Centro de Terapia Hematológica foi concebido prevendo o tratamento de pacientes imunossuprimidos graves. O sistema de ar-condicionado faz 12 filtragens por hora e duas renovações completas de todo o ar nesse tempo. A pressão é sempre superior às áreas ao lado, assim o ar de fora não entra no ambiente.
“Com o ar filtrado, se reduz o risco de infecção por fungos. E os pacientes poderão circular fora dos quartos, apesar da imunidade baixa”, informou a hematologista Claudia Caceres Astigarraga, coordenadora-médica do Centro de Terapia Hematológica do Hospital Moinhos de Vento.
A instalação do Centro em um local definitivo – já estava em funcionamento desde 2014 – reforça a proposta de atuação do hospital em alta complexidade, acrescenta a médica. Entram nesse atendimento doenças onco-hematológicas como leucemia, mieloma múltiplo e linfoma, além de transplante de medula óssea.
Em 2015, uma equipe multidisciplinar fez o primeiro transplante de medula no Hospital Moinhos de Vento. A instituição, que desde o início recebeu permissão do Ministério da Saúde para realizar procedimentos autólogos (células provêm do próprio paciente) e alogênico aparentado (doador da família), a partir de 2018 poderá fazer alogênico não aparentado (células de um doador compatível, de fora da família).
Edifício inteligente
Localizado na parte alta da rua Dr. Vale, o novo prédio incorpora conceitos dos chamados “edifícios inteligentes”. Fachadas ventiladas melhoram a condição térmica interna e otimizam o sistema de climatização. As esquadrias têm isolamento acústico. Uma atenção especial foi dedicada ao sistema elétrico: há entrada dupla de energia e geradores e nobreaks foram instalados com redundância, para garantir fornecimento ininterrupto de eletricidade.
Como em diferentes locais do complexo do Hospital Moinhos de Vento, uma obra de arte foi instalada no jardim, na frente do novo prédio. É uma escultura em mármore feita pelo artista plástico e médico Paulo Aguinsky. Omphalos, o nome da obra, é uma palavra de origem grega que significa umbigo – considerado um símbolo do centro da vida.