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Conheça cinco medicamentos inovadores para 2016

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A aprovação de tratamentos inovadores – capazes de superar os benefícios terapêuticos oferecidos por aqueles já existentes – pode aumentar as chances de cura, melhorar adesão a tratamentos crônicos ou diminuir efeitos colaterais, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

Em 2015, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu o maior número de registros de medicamentos desde 2010. Foram 742, entre novos, similares e genéricos. Entre eles, estão medicamentos que modificam positivamente o tratamento da hepatite C e os primeiros produtos biossimilares.

Abaixo, listamos cinco outros medicamentos inovadores recém-aprovados ou na eminência de receberem o registro, em diversas áreas. Confira:

Esclerose múltipla

Por muitos anos, os pacientes que convivem com essa doença neurodegenerativa e incapacitante contaram apenas com injeções (algumas diárias) para evitar a ocorrência de surtos e reduzir a progressão dos danos cerebrais. Graças aos avanços na área, os pacientes contam desde o fim do ano passado com uma nova opção de medicamento oral que, além de oferecer conveniência e praticidade facilitando a adesão ao tratamento, oferece avanços significativos no controle da doença. O fumarato de dimetila, primeiro imunomodulador oral para o tratamento da esclerose múltipla recorrente-remitente, forma mais comum da patologia.

O medicamento proporciona uma nova abordagem para tratar a esclerose múltipla. Seu principal diferencial é estimular os genes envolvidos nas respostas anti-inflamatórias, ativando as células de defesa do próprio corpo para combater a inflamação cerebral comum nos pacientes com esclerose múltipla. A inflamação é a principal causa do envelhecimento e da degeneração do cérebro e, consequentemente, do comprometimento de funções cognitivas como a fala, os movimentos e a deglutição. O medicamento reduz em até 49% a proporção de pacientes que apresentaram surtos, em 53% a taxa de surtos anual e em 38% a progressão da incapacidade. Entre outros benefícios estão efeitos adversos gerenciáveis e transitórios (um alívio diante dos tratamentos iniciais), sendo os mais comuns rubor facial, diarreia, náusea e dor abdominal.

Melanoma e câncer de pulmão

Pacientes com cânceres avançados poderão contar com pembrolizumabe, uma imunoterapia anti PD-1 prevista para ser aprovada pela Anvisa ainda este ano. A imunoterapia é uma nova abordagem do tratamento do câncer que estimula o sistema imunológico do próprio paciente, antes bloqueado pelas células cancerosas, de combater o tumor.

O medicamento é um anticorpo monoclonal humanizado que ataca partes determinadas da célula cancerígena – diferentemente das terapias-padrão como a quimioterapia, que atacam as células sadias e as doentes, proporcionando melhora significativa da qualidade de vida do paciente. O uso do medicamento restaura o sistema biológico, destruindo o tumor e bloqueando sua evolução. A terapia já está aprovada em mais de 40 países para o tratamento do melanoma e do câncer de pulmão avançado, e é investigada para mais de 30 tipos de canceres.

Hemofilia

Há mais de 17 anos os pacientes com hemofilia não têm novidades no tratamento da doença, que atualmente é feito através da infusão do fator de coagulação deficiente duas ou mais vezes por semana, dependendo da gravidade da doença. Essa realidade pode mudar com a aprovação dos fatores recombinantes de longa duração. O indicado para o tratamento da hemofilia B (quando falta no sangue o fator IX de coagulação) acaba de receber o registro da Anvisa. O indicado para a hemofilia A (quando falta no sangue o fator VIII de coagulação), até o fim do ano.

O principal benefício dos fatores recombinantes de longa duração é a diminuição da frequência de infusões: uma vez por semana ou a cada dez dias. A diminuição de picadas para menos da metade trará conveniência, autonomia e praticidade, facilitando a adesão do paciente que depende do tratamento para a vida toda. Os medicamentos foram desenvolvidos por meio da tecnologia de fusão Fc, que prolonga o tempo de circulação do medicamento no corpo e amplia o intervalo entre as infusões profiláticas.

A hemofilia é uma doença genético-hereditária que prejudica diretamente a coagulação do sangue. A doença é caracterizada pela falta de produção de um dos 13 fatores de coagulação do sangue. Se não tratada preventivamente, através da profilaxia, a doença pode causar hemorragias internas e externas, e sangramento nas articulações, levando a problemas como má formação nas crianças.

Fibrose pulmonar idiopática

No final de 2015, a Anvisa aprovou o primeiro tratamento para essa doença pulmonar rara e fatal. O registro de nintedanimabe trouxe esperança aos pacientes e promoveu uma mudança no panorama de tratamento, já que promete desacelerar a evolução da progressão da doença em 50%. Pacientes acometidos geralmente têm sobrevida média de dois a três anos após o diagnóstico.

A fibrose pulmonar idiopática é uma doença crônica não infecciosa, de causa desconhecida e limitada aos pulmões, em que ocorre a substituição do tecido normal do pulmão por fibrose (tecido de cicatrização), alterando a sua capacidade de realização de trocas gasosas (oxigenação do sangue). A maioria dos indivíduos atingidos apresenta idade superior a 60 anos e a maior parte é do sexo masculino, fumante ou ex-fumante. Os sintomas mais comuns são falta de ar, com piora progressiva, e tosse seca, por mais de seis meses. A doença acomete cerca de 10 a 20 pessoas para cada 100 mil em todo o mundo.

Próstata

Também no fim do ano passado, a Anvisa aprovou a dutasterida para o tratamento da hiperplasia prostática benigna, problema que acomete cerca de 50% dos homens acima de 50 anos e 80% dos que têm mais de 80. A inovação promete reduzir o volume da próstata e o risco de retenção urinária aguda, além de, consequentemente, a necessidade de cirurgias. O medicamento também alivia os sintomas e aumenta o fluxo urinário. O tratamento ainda retarda os efeitos indesejados da doença como disfunção sexual, osteosporose, anemia e atrofia muscular.


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