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Grupo Fleury e SINDHOSP promovem seminário sobre os impactos das transformações tecnológicas no setor da saúde

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O Grupo Fleury e o Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SINDHOSP) promoveram em 16 de abril a 12ª edição do Seminário que discute a Saúde Suplementar brasileira. ‘A saúde está mudando. Estamos preparados?’ foi o tema que norteou as apresentações e debates entre representantes da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (ABRAMED), Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), entre outros atores do setor.

A abertura do evento foi realizada por Carlos Marinelli, presidente do Grupo Fleury, que chamou atenção para a importância do paciente como peça central na prática médica, reconhecendo também a interdependência de toda a cadeia da saúde no que diz respeito à sustentabilidade do setor. “É possível, sim, contribuir com o indispensável equilíbrio econômico do sistema, desenvolvendo soluções que colocam a saúde das pessoas em primeiro lugar. Agora, precisamos aumentar a velocidade dessas soluções”, salientou Marinelli.

Em seguida, foi a vez do presidente da FEHOESP e SINDHOSP, Yussif Ali Mere Junior, que respondeu à pergunta tema do evento. Para o presidente, a grande maioria não está preparada para as transformações que estão acontecendo e este é o principal desafio do setor: levar a qualidade da medicina que se pratica nos grandes centros para toda a população.

No rol de apresentações, o gestor médico de Inovação do Grupo Fleury, Dr. Gustavo Meirelles, mostrou as diversas inovações em medicina diagnóstica e seus benefícios, tanto para os pacientes quanto para os profissionais da saúde. Essas tecnologias já são realidade e instigam, cada vez mais, a mudança no perfil de atuação do médico, integrando-o no atendimento e priorizando o cuidado com o paciente.

Joel Formiga, coordenador de Inovação Digital na Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, também marcou presença no Seminário, apresentando os benefícios da implantação do aplicativo Agenda Fácil, para agendamentos e cancelamentos de consultas e exames em Unidades Básicas de Saúde (UBS). Também falou sobre a importância da integração de dados dos pacientes em um único formato, que evite o desperdício e a descontinuidade assistencial – quando as informações geradas em consultas e exames não são resolutivas.

Formiga ainda citou como provável solução o visualizador clínico, que demonstra os dados de forma normalizada (mesmas nomenclaturas), estruturada e customizável, facilitando o entendimento e acompanhamento de um mesmo paciente por médicos de diferentes clínicas e hospitais, por exemplo. Segundo o coordenador, o sistema público de saúde de Cingapura é um dos únicos que possui um visualizador integrado desse porte. “O problema da descontinuidade assistencial é a fragmentação do atendimento, um problema presente no mundo inteiro”, completou.

“Muitas mudanças já estão em curso e certamente influenciarão todos os agentes que atuam no sistema de saúde, tanto o público quanto o privado”, apontou Dr. Wilson Shcolnik, gerente de Relações Institucionais do Grupo Fleury, quem moderou a mesa de debates. Além dos representantes citados anteriormente, estavam presentes Breno Monteiro, presidente da CNSaúde; Claudia Cohn, presidente da ABRAMED; e Paulo Cesar Prado Jr., superintendente executivo de Gestão de Rede do Bradesco.

Mudanças nas práticas de transparência, incorporação tecnológica eficiente, agilidade regulatória e interoperabilidade dos dados dos pacientes entre prestadores de saúde e modelos de remuneração apareceram nas discussões como fatores que precisam ser amadurecidos para viabilizar um setor de saúde mais ético e sustentável. “Para todas as profissões envolvidas na saúde, formação, ética e confiança no ecossistema são três pilares muito importantes. Temos que dar prioridade a isso e nos preparar”, afirmou Claudia Cohn, presidente da ABRAMED.

“No Brasil, o setor da saúde representa uma empregabilidade maior que a da construção civil e da agricultura. No entanto, o custo com saúde nas empresas só perde para a folha de pagamento e isso deve ser cuidado por todos nós. É preciso investir na sustentabilidade do setor, criando discussões, guias e marcadores para, de fato, gerar mudanças nos modelos de remuneração”, apontou Monteiro.

O presidente da CNSaúde citou, também, o estudo realizado pelo Grupo Fleury e o Hospital Pérola Byington, divulgado no Congresso da Sociedade Brasileira de Mastologia, como um dos exemplos de sustentabilidade. O teste genético Oncotype DX detalha o risco de agressividade do tumor da mama e ajuda a avaliar o melhor tratamento. A pesquisa apontou que ao menos 70% dos casos diagnosticados em estágio inicial não precisariam de quimioterapia.

Normatização

Outra questão discutida no Seminário SINDHOSP e Grupo Fleury foi o aprimoramento da regulação setorial acerca da contratualização entre as operadoras de planos e prestadores. O diretor de Desenvolvimento Setorial da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Rodrigo Rodrigues de Aguiar, falou sobre a importância da sustentabilidade e da participação dos diversos atores do setor nas tomadas de decisão, como as reuniões promovidas pela Câmara Técnica de Contratualização e Relacionamento com Prestadores (CATEC). “Em uma das reuniões, ambas as partes chegaram ao consenso de que a regulação prescritiva não irá resolver os problemas. Por isso, precisamos promover debates conciliadores para a condução das regulações”, explicou Aguiar.

A importância dos processos regulatórios também foi levantada, inclusive os que dizem respeito ao sigilo de dados e à normatização da telemedicina. Para o secretário-geral da Associação Médica Brasileira (AMB), Dr. Antônio Jorge Salomão, a formação médica nas universidades teria de ser aprimorada para que os recém-formados estejam preparados para todas essas transformações. Para Formiga, o benefício da telemedicina está no aumento da capacidade dos profissionais, não apenas para áreas remotas, mas também em regiões onde não há massa crítica para determinadas especialidades, mas ainda assim precisam ser atendidas – como é o caso de pacientes que precisam de meios de locomoção para chegar a unidades distantes de suas residências.


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