O Dia Mundial da Incontinência Urinária (14 de março) conscientiza a população de que, apesar de frequente, esta doença tem tratamento. Não só cirúrgico e medicamentoso, mas também fisioterápico e comportamental. O número de casos de incontinência urinária aumenta com a idade, sendo um problema econômico e social relevante.
Atualmente, estudos profundos sobre o assoalho pélvico – que é formado por fáscias, ligamentos, músculos, vasos sanguíneos e nervos – nos dá a dimensão da complexidade desta região que suporta os órgãos pélvicos e é impactado por tensões próprias do mundo moderno. Podemos dizer sem medo de errar que ele não é só um assoalho da pelve, mas também o assoalho da estrutura física e psíquica de uma mulher. Por isso, carece de atenção nos diversos níveis de assistência à saúde feminina, e esta atenção deve ser multidisciplinar.
Não raro, a incontinência urinária vem acompanhada de outras disfunções como as sexuais – dor ou sensação de flacidez genital nas relações sexuais, as intestinais – como perda involuntária de gazes retais ou fezes, as infecciosas como candidíase ou infecções urinárias de repetição, e as dolorosas, como as dores pélvica e vulvar.
Vários medicamentos interferem também na função adequada do trato urinário baixo, bexiga e uretra e a falta de hormônio feminino advinda da menopausa impacta fortemente as funções urinárias e sexuais. Portanto, deixemos o pudor de lado e procuremos todas as mulheres entender como funciona seu assoalho e órgãos pélvicos.
O entendimento é o primeiro passo para a cura e se inicia com uma conversa franca com seu ginecologista. Alguns fatores podem ter repercussão a curto e médio prazo e devem ser evitados, como aumento da pressão abdominal e esforço evacuatório crônicos, obesidade, exercícios com peso excessivos ou de alto impacto. A gravidez e o parto também são um momento de atenção e a boa assistência obstétrica deve vir acompanhada de uma assistência fisioterápica adequada.
No Dia Mundial da Incontinência Urinária é importante acender a luz sobre o assoalho pélvico e lembrar as mulheres de sempre conversar com seu ginecologista e obstetra sobre este assunto tão relevante.
Márcia Salvador Géo é Coordenadora dos Serviços de Ginecologia e Obstetrícia e de Disfunções do assoalho pélvico da Rede Mater Dei de Saúde. Vice-presidente Assistencial e Diretora Clinica da Rede Mater Dei de Saúde
Rachel Silviano Brandão Correia Lima é ginecologista, obstetra e membro da Unidade de disfunções do assoalho pélvico da Rede Mater Dei de Saúde
Cláudia Laranjeira é ginecologista, obstetra e uma das coordenadoras do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia da Rede Mater Dei de Saúde
Comemoramos no dia 14 de março o Dia da Incontinência Urinária. É uma data importante de alerta sobre uma patologia que atinge homens e mulheres de todas as idades. Vale destacar que não é uma doença específica de pessoas idosas e pode ser diagnosticadas em adultos, jovens e inclusive crianças.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, uma e em cada 25 pessoas, sofre de incontinência urinária, apenas no Brasil. Portanto, é uma doença comum, e por isso é fundamental que o público fique informado sobre como identificar, quais os tratamentos disponíveis e sobretudo o impacto que esse tipo de enfermidade causa na vida das pessoas.
Apesar de ser uma doença que atinge ambos os sexos, a Incontinência Urinária atinge mais as mulheres. Fatores como gravidez, parto e disfunções hormonais fazem a incidência ser até duas vezes maior em relação aos homens. Após a menopausa, cerca de 40% das mulheres perdem a urina de forma involuntária.
A busca do profissional habilitado aumenta as taxas de sucesso do tratamento após o diagnóstico do problema. É importante ressaltar que a perda urinária, se tratada, beira a cura completa. A uroginecologia é a especialidade que estuda as alterações miccionais na mulher bem como as alterações uterinas e vaginais.
O tratamento da perda urinária involuntária quando tratada adequadamente tem cura e devolve a auto estima e a qualidade de vida das mulheres reintroduzindo o convívio social tão abalado pelo problema.
Dra. Luísa Aguiar da Silva, Ginecologia e Obstetrícia, membro da Associação Internacional de Uroginecologia (IUGA)