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Como a Internet das Coisas pode ser um dos novos pilares da saúde

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Geladeira que avisa a hora de fazer novas compras, termostatos acionados via celular, lâmpadas programadas para acender ou apagar, abertura e fechamento de fechaduras remotamente, relógios e fones de ouvido inteligentes que medem batimentos cardíacos. Estas são algumas das mudanças mais recentes na forma como a tecnologia é aplicada em nosso cotidiano por meio do advento da Internet das Coisas ou Internet of Things (IoT) – que é a comunicação entre “produtos do cotidiano” e a internet de forma a proporcionar ao usuário maior conforto e praticidade na hora de planejar atividades que dependam de alguma tecnologia.

Atualmente, a Internet das Coisas tem aplicação em ambientes e projetos considerados futuristas ou em equipamentos sofisticados e de vanguarda, no entanto, está cada vez mais próximo de se tornar algo presente no dia a dia da sociedade como um todo. Os aparelhos para monitoramento e os dispositivos vestíveis devem se popularizar. Segundo o Gartner, entre 2014 e 2015, houve um aumento de 30% no uso de aparelhos inteligentes, hoje temos cerca de 4,9 milhões de dispositivos conectados, e esse número deve chegar a 23,4 milhões, em 2017, e 25 bilhões, em 2020.

O que muitos não sabem, portanto, é que a IoT já está nos planos de uma área que todos nós precisamos utilizar com certa frequência e que precisa de conforto e rapidez: a saúde. Tecnologias para o setor vêm evoluindo de maneira rápida se utilizando justamente de tal tendência.

Os exemplos são diversos e aplicados nas mais diferentes áreas, que vão desde os já famosos fones de ouvido e smart watches (relógios inteligentes), bastante utilizados por atletas para medir os batimentos cardíacos, até camisetas que também possuem sensores que verificam a frequência do coração e temperatura de uma pessoa durante uma atividade física, passando por dispositivos em miniatura embutidos embaixo da pele do paciente para monitorar os níveis de açúcar. Existem ainda sensores ingeríveis, que podem ser consumidos junto com o medicamento para verificar como ele age no organismo, ou ainda, capsulas endoscópicas com micro câmeras integradas para realização de exames. Esta tecnologia realiza o procedimento em oito horas, mandando ao hospital mais de 60 mil imagens enquanto o paciente segue com sua rotina normalmente.

Tecnologias como sensores sem fio, radiofrequência e nanotecnologia são as grandes protagonistas destes dispositivos. Elas são utilizadas como formas de automatizar processos na área da saúde de maneira inteligente e conectada. Mas o que esses novos recursos podem beneficiar o setor? A Internet das Coisas e imensas possibilidades que isso pode trazer para a saúde, será capaz de gerar um conforto maior para médicos, especialistas da área, laboratoristas e, principalmente, para pacientes. Isso porque é possível monitorar o consumo de medicamentos, o prazo de validade e a dose recomendada pelo médico, além de tornar alguns exames menos invasivos.

Para o médico, o principal benefício é poder ter um contato mais estreito, em tempo real e prático com seus pacientes, podendo inclusive ter acesso ao histórico completo, ou seja, seu prontuário eletrônico na nuvem, como também ter acesso remoto aos sinais vitais, evoluções no tratamento depois da prescrição médica, entre outras vantagens.

Para os analistas do Goldman Sachs Report a indústria deve sofrer uma grande evolução por conta do healthcare digital, que trará uma redução considerável dos custos nos procedimentos, além de aumentar o acesso mundial ao tratamento, diagnóstico e medicina preventiva. Embora o digital já esteja entre nós, a IoT ainda é incipiente, mas, como vimos, possui um potencial muito grande de mudar o cotidiano da área como um todo.

O levantamento do Goldman Sachs mostra que com a IoT o mundo terá uma enorme vantagem com uma economia de cerca de 305 bilhões de dólares na saúde com a eliminação de processos custosos nos quais essa e outras tecnologias digitais podem ajudar Ao mesmo tempo, a oportunidade comercial para companhias que desenvolvam soluções tecnológicas digitais para a saúde chegará a 32 bilhões de dólares por ano, sendo a saúde uma das principais áreas que deverá investir em Internet das Coisas.

O aumento no número de dispositivos conectados deve ocasionar uma revolução tecnológica que impactaria a saúde de forma intensa, trazendo tecnologias das mais diversas para objetos nunca antes pensados. Nesse cenário, a IoT gerará um impacto imensurável em vários aspectos: na economia mundial, nos hábitos de vida dos pacientes, nos gastos das organizações e nas funções desempenhadas pelo médico e pelos demais colaboradores de uma clínica ou hospital. Seria uma mudança com transformações revolucionárias, assim como os impactos gerados pelo próprio surgimento da internet na sociedade: um caminho sem volta.

 

Roberto Ribeiro da Cruz é CEO da Pixeon


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