Nas últimas cinco semanas, o número de casos de dengue em Goiás teve uma queda progressiva. A informação foi divulgada pelo secretário estadual da Saúde, Leonardo Vilela, durante coletiva de imprensa na última quinta-feira (7), quando foi repassado o novo Boletim de Dengue do Estado relativo à semana epidemiológica 13 deste ano (3 de janeiro a 2 de abril de 2016). Ainda durante a entrevista, Vilela apresentou o balanço de três meses da força-tarefa ‘Goiás contra o Aedes’, principal responsável por reduzir os focos do Aedes aegypti neste ano em cerca de 83,2%.
De acordo com os números apresentados, a semana epidemiológica 8 (até 27 de fevereiro) foi a de maior incidência da doença em 2016, com 10.311 notificações. Após essa data houve uma redução em todos os outros boletins. Na semana 13 – última divulgada – foram registrados 4.212 casos. “Essa curva decrescente se deve ao resultado da força-tarefa que estamos realizando no Goiás contra o Aedes e com o trabalho incansável de conscientização”, afirmou o secretário. Vilela citou ainda que é o menor número de casos da doença quando se compara a mesma semana (13) nos últimos quatro anos.
Mesmo com a diminuição nas últimas semanas, houve um aumento de casos durante todo o ano quando comparado com 2015. Até o momento, foram notificados, em todo o Estado, 88.858 casos da doença, enquanto que no ano passado foram 76.725 casos no período. Apesar da evolução das notificações, Goiás está muito abaixo da média nacional. “Por enquanto, os registros mostram que em Goiás o aumento do número de casos de dengue está abaixo da média do país. Enquanto no Brasil esse aumento foi em mais de 56%, aqui, foi de 15,8%”, compara.
O secretário alertou ainda que esse número de casos de dengue deve ser analisado levando-se em consideração que, em 2016, outras doenças transmitidas pelo Aedes – em especial zika e chikungunyua – estão sendo notificadas como dengue. O chefe da pasta comentou que cerca de 36% dos exames notificados como dengue nos postos de saúde e hospitais, eram, na verdade, zika. Os testes foram feitos no Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO).
Mais de quatro milhões de vistorias foram realizadas no ‘Goiás contra o Aedes’
Na visão de Leonardo Vilela, um dos principais motivos para a redução dos casos de dengue nos últimos 35 dias é a campanha ‘Goiás contra o Aedes’. A operação, que é realizada pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar e prefeituras, diminuiu, em 2016, o índice de infestação do mosquito no território goiano. As mais de quatro milhões de vistorias realizadas em todo o Estado eliminaram milhares de criadouros do mosquito.
Outro ponto abordado pelo secretário foi o aumento do número de municípios com menos de 1% de focos de infestação. Em abril, 118 cidades já estão nessa situação. Em janeiro apenas 7 municípios goianos tinham menos de 1% dos imóveis com focos. “Reduzir em menos de 1% o número de infestação é uma das metas do Ministério da Saúde. Goiás é um dos primeiros Estados que atingiu essa meta. Isso sem o uso indiscriminado do fumacê e inseticidas. O foco é o manejo ambiental correto” ressaltou.
Calculando a média dos municípios, em janeiro, 3,99% dos imóveis tinham algum foco do vetor. Nos primeiros 7 dias de abril esse índice despencou para 0,67%. Isso significa que foram encontrados 83,2% menos focos do mosquito nos imóveis goianos. Houve ainda uma redução dos municípios considerados de alto risco, caindo de 106 em janeiro para apenas 7 nos primeiros dias de abril. Ações específicas serão realizadas nessas cidades. “Todos esses resultados, a médio e longo prazo, deve resultar na redução do número de casos das doenças transmitidas pelo mosquito”, diz.
Outro resultado da força-tarefa é o aumento das visitas nos imóveis fechados, sinalizando que a população está abrindo as portas para os profissionais de saúde. Em janeiro foram constatados 31 mil imóveis fechados. Neste mês as equipes depararam-se com 17 mil imóveis fechados. O secretário elencou dois fatores para esse resultado. O primeira é a conscientização da população. Outra questão é o respaldo legal que os municípios tiveram com o Decreto de Emergência Sanitária publicado pelo governo federal e pelo Estado, que permite aos agentes entrar nos imóveis fechados.
O secretário destacou a adesão da população ao ‘Goiás contra o Aedes’ e os esforços de todos os envolvidos no desafio de eliminar o mosquito. “Os goianos estão mais sensíveis e colaborando mais, permitindo as visitas, abrindo seus lares. Os agentes de endemias e os bombeiros também flexibilizaram seus horários de trabalho e, com isso, estão conseguindo visitar casas inclusive durante a noite. É estimulante ver o envolvimento de todos”, finaliza, Leonardo Vilela.