Apesar de o Inverno começar oficialmente na próxima semana (20 de junho) as baixas temperaturas já são realidade para os paulistanos e com isso, as doenças respiratórias típicas da estação também atingem grande parte da população. Entre março e maio deste ano, o Centro de Pneumologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, de São Paulo (SP), registrou aumento de 93% de casos de doenças respiratórias, comparado ao mesmo período de 2015. Os diagnósticos mais frequentes são de rinite alérgica, asma, sinusite, bronquite crônica, DPOC (doença obstrutiva pulmonar crônica) e enfisema pulmonar.
O número de casos registrados de 21 de março a 30 de maio de 2016 corresponde a 73% do total registrado entre março a setembro do ano passado. Nos últimos dois meses, foram atendidos 236 pacientes, enquanto que entre todo o outono e inverno de 2015 foram registrados 323 casos.
Durante o Outono e Inverno, a baixa umidade do ar, as alterações bruscas de temperatura e o aumento da poluição atmosférica são fatores preocupantes para quem sofre de doenças respiratórias crônicas. “Em dias frios é comum que as pessoas fiquem mais tempo em ambientes fechados, sem a devida circulação de ar, contribuindo para desencadear doenças respiratórias, além de favorecer a transmissão de gripes e resfriados”, afirma o Prof. Dr. Elie Fiss, coordenador do Centro de Pneumologia do Hospital.
O contato com ácaros comumente presente em roupas de lã e cobertores que ficam guardados durante a maior parte do ano desencadeiam crises de alergias respiratórias. Coriza, espirro, tosse, dificuldade para respirar e mal-estar, que podem ou não estar associados à febre, são sintomas comuns a diversas doenças respiratórias. Para tratar o problema de forma eficaz é fundamental passar por uma avaliação médica.
“O mal-estar, a coriza e as dificuldades em respirar fazem com que as pessoas busquem o alívio imediato, recorrendo à automedicação. Isso é perigoso porque o uso inadequado de remédios pode mascarar e agravar a doença”, afirma o médico.
Entre as medidas de precauções indicadas pelo Prof. Dr. Elie Fiss estão: evitar ambientes fechados, lavar bem as mãos, proteger a boca ao tossir, beber bastante água, evitar o acúmulo de poeira, deixar os ambientes bem ventilados, lavar e secar ao sol mantas, cobertores e blusas guardadas por muito tempo. Também é recomendada a lavagem nasal com solução fisiológica para aliviar a irritação. Para evitar a gripe, que pode complicar o quadro de uma pessoa com doença respiratória crônica, é recomendada a vacinação, que na rede pública está disponível para pessoas com doença pulmonar ou cardiovascular crônicas, insuficiência renal crônica, diabetes, cirrose hepática, hemoglobinopatias e imunodeficiência. Pacientes submetidos a transplantes, profissionais da saúde, idosos, gestantes e crianças de seis meses a quatro anos de idade também podem receber a vacina gratuitamente.