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Terapia por contensão induzida devolve movimento dos braços

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Syomara Cristina Smidiziuk terapeuta ocupacionalCriada nos Estados Unidos, a Terapia por Contensão Induzida (TCI) é uma técnica utilizada para a reabilitação de um dos membros superiores afetado por hemiparesia, isto é, dificuldade de movimentar um lado do corpo. “Este recurso tem como objetivo devolver o movimento ao paciente que tem paralisia em um dos braços”, explica Syomara Cristina Smidiziuk, terapeuta ocupacional e sócia do Centro de Excelência em Recuperação Neurológica – CERNE, de Curitiba (PR).

A TCI é indicada para tratar sequelas causadas por acidente vascular cerebral (AVC), esclerose múltipla, lesão medular, paralisia cerebral e traumatismo cranioencefálico e outros problemas relacionados ao sistema nervoso central. O tratamento pode ser realizado até duas vezes na vida, desde que em fases diferentes – na infância, adolescência ou na fase adulta. A terapeuta ocupacional explica que o lado oposto ao que o paciente tem a paralisia é imobilizado por meio de diversas técnicas – tala, luva ou gesso, este geralmente utilizado em crianças -, fazendo com que o lado paralisado seja trabalhado. O tratamento dura até 21 dias, neste período a pessoa realiza a terapia que é composta por atividades que são repetidas nas sessões diárias de recuperação realizadas por três horas na clínica e complementada em casa em ações comuns ao cotidiano, como por exemplo, carregar uma sacola de mercado ou, no caso de crianças, guardar os brinquedos.

Syomara conta que a TCI tem sido a técnica mais documentada cientificamente para a recuperação de movimentos de membros superiores afetados por paralisia. O método tem a função de aumentar a frequência do uso e a qualidade do movimento do braço atingido pela hemiparesia.

O tratamento pode ser realizado em pessoas que possuem um certo grau de movimento no braço. “Pacientes com nenhum movimento em seu braço ou na mão ou apenas uma pequena quantidade de movimentos, não são suscetíveis a realizar a terapia. Antes à aplicação, o terapeuta ocupacional faz uma avaliação e a partir da triagem é determinado se o método é apropriado ao caso do paciente”, relata.

Dentre os benefícios da utilização da TCI estão a melhora na amplitude do movimento e na força muscular, aumento da quantidade do uso do braço mais fraco, melhora na qualidade do movimento, aumento da motivação para usar o braço deficitário, maior conscientização deste braço, melhora na independência em atividades diárias e na qualidade de vida. “Tanto a pessoa quanto os seus familiares devem estar dispostos a aderir ao programa de treinamento fora de sessões de terapia, para maximizar o potencial do tratamento”, ressalta a terapeuta ocupacional.

O paciente

Bernardo, que vai completar 5 anos, tem paralisia cerebral e colocou o gesso em 06 de fevereiro.

A equipe de Terapia Ocupacional da CERNE, coordenada por Syomara, está desenvolvendo a TCI em Bernardo. São 14 dias de tratamento com gesso no braço direito. O tratamento é complementado com atividades do cotidiano desenvolvidas em casa. Na útlima semana, durante a terpaia na clínica o gesso é retirado e a TCI continua até o 21º dia. Após esse período o tratamento segue com a terapia convencional.

Segundo Syomara, após o término da intervenção com a TCI, espera-se que haja uma melhora funcional do membro hemiplégico. Os resultados nos itens avaliados na terapia ocupacional são sempre satisfatórios e as práticas funcionais com o membro que tem o movimento afetado são eficazes na restauração da função motora do paciente.


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