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O engajamento e o papel da liderança como impulsionadores do sucesso da instituição (PARTE 1)

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Por Carol Gonçalves

Não há dúvidas de que as pessoas são o fator determinante primário do sucesso de qualquer tipo de empresa. Por isso, muitas companhias estão focadas em aumentar os níveis de engajamento dos colaboradores, melhorando o clima organizacional e os indicadores financeiros.

Para diagnosticar como os trabalhadores do setor hospitalar privado percebem o ambiente em que atuam, desvendar os desafios deste complexo setor e entender como as instituições podem maximizar o engajamento de todos, a Korn Ferry Hay Group e a Anahp – Associação Nacional de Hospitais Privados realizaram mais uma pesquisa de clima. A primeira edição, de 2014, contou com a participação de 30 hospitais referências no território nacional. Já em 2016, a representatividade cresceu 43%, passando para 43 instituições, sendo 41 hospitais e dois home cares.

Segundo a pesquisa, houve uma evolução importante na favorabilidade do clima de 2014 para 2016 (7 pontos percentuais) na percepção dos profissionais do setor, de 61% em 2014 para 68% em 2016. Com esse crescimento significativo, o segmento ultrapassou a média do mercado geral em 4 pontos percentuais. No mesmo período, um outro estudo feito pela Korn Ferry Hay Group identificou que o engajamento no mercado geral, que representa diversas áreas da economia, caiu 1 ponto percentual entre 2014 e 2015. Essa queda foi fruto dos impactos da crise econômica no ambiente organizacional.

O crescimento do setor hospitalar nesse contexto representa uma oportunidade de aproveitar a motivação de seus colaboradores para impulsionar os resultados do negócio. O aumento expressivo se deu em todos os fatores da pesquisa, com alguns destaques para comunicação (+11pp), remuneração e benefícios (+9pp), e engajamento (+10pp).

A evolução nos resultados também ocorreu nos diferentes públicos, com destaque para crescimento dos profissionais do turno da noite (de 58% para 68%) e atendimento pessoal (de 56% para 64%).

O estudo também aponta um resultado mais positivo dos colaboradores ao ingressarem nos hospitais (de 66% para 73%, na percepção dos profissionais com até um ano de casa). O setor normalmente apresenta dificuldade em manter alto o engajamento em seus primeiros anos no hospital (entre um e 10 anos). Após esse período, a percepção volta a ser muito positiva.

A evolução geral aconteceu, principalmente, pelos hospitais trabalharem ações de desenvolvimento de clima. O setor ganhou mais maturidade em gestão de clima organizacional, ultrapassando os resultados do mercado geral. O próximo passo das instituições que participaram do estudo é buscar os mercados de melhores práticas, pois ainda apresentam distâncias significativas – 7 pontos percentuais abaixo da média.

Destaques

Aprofundando as análises, é possível observar que houve uma importante evolução na quantidade de colaboradores dispostos a contribuir ainda mais com os resultados dos hospitais, ou seja, são profissionais que estão muito engajados e recebem todo o suporte necessário para ir além no desenvolvimento de suas responsabilidades formais.

Comparando os hospitais com barcos e os colaboradores com remadores, a pesquisa mostra o nível de efetividade no setor. Aqueles que estão remando a todo vapor representam 53%, destes, 65% são gestores. Em 2014, a porcentagem total era de 42%.

A evolução é sustentada pelos seguintes fatores:

  • Clareza de papéis: 90% dos colaboradores do setor têm clareza sobre a contribuição do seu trabalho para os resultados dos hospitais.
  • Ambiente de excelência: 90% reconhecem o ambiente de alto desempenho no setor.
  • Qualidade e foco no paciente: 85% afirmam que o setor tem o paciente como foco principal.
  • Orgulho: 84% têm orgulho em pertencer ao seu hospital.
  • Inovação: 75% reconhecem que o setor investe em inovação.
  • Capacitação de colaboradores: 70% percebem que são desenvolvidos no trabalho.

Mesmo com a evolução significativa, o setor ainda tem 47% de colaboradores não efetivos, conforme mostra o perfil dos outros remadores. Segundo a pesquisa, 10% estão remando sem o remo, ou seja, estão engajados com o hospital, dispostos a ir além de suas responsabilidades, porém não recebem o suporte organizacional necessário, o que gera frustração e desmotivação.

Outros 10% são aqueles que estão apreciando a vista. Quer dizer que, apesar de reconhecerem que possuem todo o suporte do hospital para fazer seu trabalho da melhor forma, não estão motivados e engajados para ir além do seu papel formal se necessário.

Por fim, há 27% afundando o barco. São aqueles que estão desmotivados e também não reconhecem que têm o suporte que precisam para fazer bem o seu trabalho.

(Continua…)


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