O Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo (SP), e a BioArchitects estabeleceram uma parceria para o desenvolvimento de análises pré-operatórias e a eventual construção de próteses customizadas com a utilização de impressão 3D. O objetivo é garantir maior precisão, mais segurança e a economia de recursos em procedimentos cirúrgicos, a partir do uso de biomodelos, que são réplicas em dimensões reais dos órgãos humanos.
A BioArchitects é especializada no desenvolvimento dessas reproduções, feitas a partir de exames de imagem dos próprios pacientes e impressas com riquezas de detalhes, em materiais de diferentes níveis de flexibilidade, cor e textura.
Por ser uma cópia fiel do órgão, o biomodelo permite ao cirurgião estudar e ‘treinar’ o procedimento com antecedência. Isso permite conhecer qual é a situação que será encontrada após a incisão.
“Essa maior previsibilidade pode ajudar na redução de material cirúrgico utilizado e na diminuição de até 40% no tempo da cirurgia. A maior precisão do procedimento é outro benefício, decorrente do planejamento feito previamente”, afirma Felipe Marques, CEO da Biorchitects.
No Hospital Sírio-Libanês, a técnica será utilizada gradualmente, primeiro com o estudo de sua aplicabilidade e a participação de alguns cirurgiões. “A impressão 3D representa uma nova fronteira da medicina, que vem chamando a atenção das instituições. O nosso compromisso com a inovação e a pesquisa nos levou a analisar essa nova técnica e os seus reais benefícios para os nossos pacientes”, completa Luiz Reis, Superintendente de Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês.
BioArchitects - Fundada há dois anos, com sede em São Paulo e presente também nos Estados Unidos desde dezembro de 2014, a BioArchitects conta em seu laboratório com impressoras de origem americana, israelense e belga, todas de alta tecnologia. A mais avançada imprime em múltiplos materiais e em uma gama diversa de cores. Isso permite diferenciar partes do órgão como vascular, tecido, gordura, músculo, entre outras especificidades.
A decisão dos sócios da empresa em investir no mercado 3D para medicina surgiu de uma pesquisa intensa sobre qual área no país se mostrava mais promissora em compreender e internalizar a capacidade dessa nova tecnologia.
Hoje, o mercado médico já reconhece o biomodelo como uma tendência. Estudos internacionais, desenvolvidos nos últimos cinco anos, já demonstram o quanto a ajuda de uma réplica de um órgão em 3D poderia minimizar riscos e trazer uma série de benefícios à saúde do paciente, quebrando paradigmas da medicina.
Os biomodelos desenvolvidos pela BioArchitects passam por diversas etapas tendo como início o exame de imagem, posteriormente a segmentação para a prototipagem e, por fim, a impressão da peça. O prazo contemplando todas as etapas é variado, mas não passa de alguns dias.