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Falta de medicamentos para arritmias nas farmácias dos hospitais preocupa cardiologistas

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O principal medicamento utilizado para o tratamento de diversas arritmias cardíacas, como a fibrilação atrial e taquiarritmias ventriculares – doenças potencialmente fatais – está em falta nas farmácias dos hospitais brasileiros. A Amiodarona injetável é praticamente a única opção para o tratamento clínico de arritmias graves.

O ofício encaminhado para a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), e assinado em conjunto pela SBC e SOBRAC, solicita que seja verificado, com a maior rapidez possível, a situação atual da distribuição da Amiodarona injetável. O documento pede também que a Agência atue de todas as maneiras possíveis para normalizar a situação.

“Nas últimas duas décadas, a Fibrilação Atrial tornou-se um importante problema de saúde pública, com grande consumo de recursos em saúde. O avanço da doença repercute diretamente na qualidade de vida da pessoa, em especial devido a suas consequências clínicas, como a formação de coágulos que podem levar a um infarto, um AVC ou uma trombose de grandes artérias periféricas ou ainda alterações cognitivas”, explica o presidente da SBC, Oscar Dutra.

“Aqui no Brasil estimamos que 1,5 a 2 milhões de pessoas devam ter Fibrilação Atrial e que poderá chegar a 10 milhões em 2.050. Nos Estados Unidos, estima-se que a prevalência da doença será de 15,9 milhões em 2.050”, completa o presidente da SOBRAC, Jorge Carlos Moura Jorge.

Em outros países, que dispõem de vários outros medicamentos antiarrítmicos por via venosa, o uso da Amiodarona é geralmente a primeira opção. “No Brasil, é praticamente a única opção. Por isso, trata-se de remédio de vital importância, uma vez que o tratamento inadequado de arritmias pode levar a consequências graves, inclusive à morte”, alerta Moura Jorge.

O uso da Amiodarona é recomendado para o tratamento de pacientes com fibrilação atrial por diretrizes nacionais e internacionais, assim como para as arritmias ventriculares. Além disso, dada a sua eficácia e segurança clínica, é particularmente indicada para o tratamento de arritmias em pacientes com doenças cardíacas graves, como insuficiência cardíaca congestiva, especialmente na Doença de Chagas.


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