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Terapia ocupacional: como recuperar habilidades e elevar a qualidade de vida dos pacientes?

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Camyla Ribeiro em atuação de atividade com engrossador para trabalhar a performance de escrita e alimentação no leito

O que faz um Terapeuta Ocupacional (TO)? Essa pergunta, na maioria das vezes, é respondida de forma equivocada: a de que o papel do TO é ocupar, não deixar a mente vazia, retirar do ócio. O conceito é improcedente, pois qualquer pessoa pode oferecer uma atividade para ocupação, o que não define a Terapeuta Ocupacional. A atuação destes profissionais é muito mais complexa e aprofundada. No IBCC – Instituto Brasileiro de Controle do Câncer, em São Paulo (SP), uma das atuações é avaliar, orientar e intervir nas questões relacionadas ao aspecto cognitivo, motor, mental, social e no desempenho das atividades de vida diária (AVD).

Segundo Camyla Ribeiro, Terapeuta Ocupacional do IBCC, o campo de trabalho inclui diversas ramificações, incluindo o contexto hospitalar. “No processo de internação, o paciente está preocupado com a medicação, cirurgia, pós-cirúrgico, entre tantos outros processos e procedimentos. A autoimagem, o lazer, o autocuidado, a qualidade do sono e até mesmo a mobilidade são deixados para depois. Há também outros pacientes que a condição clínica não permite que suas atividades básicas de vida diária (ABVD) sejam executadas, como por exemplo, comer sozinho”, afirma a Terapeuta.

Ainda segundo a Terapeuta, percebemos o quanto somos capazes de executar uma tarefa, justamente quando não temos mais condições de realiza-las. “Esse sentimento se torna mais agravante na internação, pois impacta diretamente na luta contra a doença. Através de treino na alimentação, no banho, escovação, despir, vestir ou de atividades escolhidas pelo paciente, em conjunto a terapeuta ocupacional, é feito um trabalho de recuperação de habilidades, podendo ter ou não adaptações”, completa Camyla.

Os dispositivos de auxílio ou a confecção de adaptações proporcionam ao paciente possibilidades de se tornar ativo, de se sentir apropriado e principalmente de recuperar sua independência. “Tal adaptação pode ser momentânea, ou seja, necessário aquele instrumento para melhorar a performance até ter condições de não utilizá-lo, assim como com possibilidade de ser permanente, o que não o torna menos independente”, exemplifica a TO.

Um simples exemplo de adaptação é o engrossador, servindo para melhor desempenho na coordenação motora, envolvendo a escrita e a alimentação. Para adaptar, é necessário material, tamanho, formato e momento correto de incluí-lo, variando de pessoa para pessoa. Todas as intervenções do Terapeuta Ocupacional são baseadas no contexto do desejo, cultura e respeita as limitações, fazendo com que familiares e pacientes consigam enxergar e contribuir para o aparecimento das capacidades e potencialidades.


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