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Cresce número de cirurgias para obesidade no Brasil

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Cada vez mais a população tem buscado o auxílio de procedimentos bariátricos para tratar a obesidade. Levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) apontou que o número de cirurgias bariátricas realizadas entre os anos de 2012 e 2017 aumentou 46,7%.

O estudo da SBCBM também mostrou que a população apta a cirurgia bariátrica no Brasil é de 4,9 milhões de pessoas. Indivíduos com diabetes mellitus Tipo 2 (DM2), com índice de massa corporal (IMC) entre 30 Kg/m2 a 35 Kg/m2, e ausência de resposta ao tratamento clínico podem ter indicação para o procedimento. Pacientes com IMC maior que 35, com doenças associadas a obesidade ou acima de 40, considerada obesidade mórbida, também são elegíveis ao procedimento.

O médico Gustavo Justo Schulz, cirurgião do aparelho digestivo e superintendente médico do Hospital VITA Batel, em Curitiba (PR), alerta que a obesidade acomete 18,9% dos brasileiros e o sobrepeso atinge 54%, ou seja, mais da metade da população. Estudos apontam que, entre os jovens, a obesidade aumentou 110% no período de 2007 a 2017. Esse índice foi quase o dobro da média nas demais faixas etárias (60%).

No mesmo período, o sobrepeso teve um aumento de 26,8%. A alteração foi maior também entre os mais jovens (56%), seguidos pelas faixas de 25 a 34 anos (33%), 35 a 44 anos (25%) e 65 anos ou mais (14%). “O Brasil é considerado o segundo país do mundo em número de cirurgias bariátricas realizadas e as mulheres representam 75% dos pacientes”, destaca Dr. Gustavo.

Apesar do índice de obesidade ser semelhante entre mulheres (19,6%) e homens (18,1%), de acordo com o relatório VIGITEL do Ministério da Saúde, o número de mulheres que procuram pelo procedimento no Brasil é superior ao dos homens. Dados da SBCBM revelam que das 105.642 cirurgias bariátricas realizadas em 2017 no país, 75% foram em mulheres.

Dr. Gustavo ressalta que a obesidade é uma doença grave e está relacionada a muitas outras doenças, como diabetes tipo 2, apneia do sono, hipertensão arterial, dificuldade respiratória e doenças cardiovasculares são alguns dos problemas que acometem os obesos. “Portanto, não se trata de uma questão estética, ela não só prejudica a qualidade de vida do paciente como também reduz sua expectativa de vida”, destaca.

Segundo o médico, o indivíduo obeso tem risco maior de morte cardiovascular do que a população em geral e quanto mais ele espera pela cirurgia, maior a chance de complicações associadas, como quadros de hipertensão, enfarte e derrames.

Quem pode passar pelo procedimento bariátrico – O médico explica que não é qualquer pessoa obesa que pode ser submetida a uma cirurgia bariátrica e que é necessário seguir um protocolo internacional para a indicação deste procedimento. A pessoa precisa ter IMC acima de 40 ou IMC de 35 a 40, mas, neste caso, com doenças causadas pela obesidade. Além disso, precisa comprovar que já tentou, por pelo menos dois anos, emagrecer com outros tipos de tratamento. Fora isso, é preciso o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, formada pelo cirurgião, nutricionista, endocrinologista e psicólogo, entre outros profissionais envolvidos.

Uma pessoa é considerada obesa quando seu IMC (Índice de Massa Corpórea) é superior a 30. No Brasil, há 39,2 milhões de pessoas nessa situação. Em 2006, eram 21,5 milhões e em 10 anos o número de obesos cresceu 60%. Já o sobrepeso (acima de IMC 25) atinge 111,7 milhões de pessoas.

Tipos de procedimentos – As cirurgias bariátricas estão divididas em três técnicas: restritivas, aquelas que reduzem a capacidade do estômago, isto é, fazem o paciente comer menos, sem mexer no intestino, chamada de sleeve gástrico; disabsortivas, que realizam um desvio do intestino; e mistas que combinam a restrição, ou seja, a redução da capacidade gástrica com o desvio do intestino, denominada de bypass gástrico ou cirurgia de Capella, que ainda é a mais executada no Brasil, na qual o estômago fica com uma capacidade em torno de 50 ml e ocorre um desvio do intestino delgado em torno de 1,5 a 2 metros.

Além disso, existe a cirurgia metabólica, que é realizada no Brasil desde 2017, e passou a ser indicada como opção no tratamento  de diabetes mellitus Tipo 2 (DM2) para pacientes que possuem IMC entre 30 Kg/m2 a 35 Kg/m2. O procedimento tem o objetivo específico de tratar e controlar síndromes metabólicas, que têm como principal característica a resistência insulínica.  O procedimento pode ser indicado para o tratamento de pacientes com o problema associado à obesidade grau 2 (IMC entre 35 e 40Kg/m2) com controle inadequado dos níveis glicêmicos apesar do tratamento clínico,  ou à obesidade grau 3 (IMC maior que 40Kg/m2), independente do nível de controle do diabetes.

A intervenção provoca perda de peso levando à melhora do controle metabólico do paciente diabético. Há melhora da sensibilidade à insulina e da função das células beta, com melhora da secreção de insulina pelo pâncreas (lembrando que a insulina é o hormônio responsável pelo controle dos níveis de açúcar no sangue).

Reconhecimento internacional – A unidade do Hospital VITA, localizada no bairro Batel, em Curitiba, possui certificação de qualidade em cirurgia bariátrica conferida pelo Surgical Review Corporation (SRC). Trata-se da mais importante empresa ligada a certificações de qualidade em cirurgia bariátrica do mundo. “Esta chancela garante que o Hospital apresenta todas os predicados envolvendo qualidade e segurança assistencial para os pacientes que necessitem destes procedimentos”, explica o superintendente médico. O reconhecimento torna o VITA Batel uma referência em tratamento cirúrgico da obesidade não somente no Brasil, mas no mundo e demonstra a importância que o Hospital dá ao quesito qualidade.

Nossa equipe realiza ligações periódicas aos pacientes no pós-operatório para verificar o resultado e a satisfação, além de promover encontros envolvendo experiências de pacientes já operados com aqueles que desejam realizar o procedimento. “Este resultado só é possível com o envolvimento dos médicos e de toda a equipe multiprofissional”, explica.

Doenças relacionadas à obesidade: diabetes tipo 2, apneia do sono, hipertensão arterial, dislipidemia, doença coronária, osteoartrites, doenças cardiovasculares (infarto do miocárdio, angina, insuficiência cardíaca congestiva, acidente vascular cerebral, hipertensão e fibrilação atrial, cardiomiopatia dilatada, cor pulmonale e síndrome de hipoventilação), asma grave não controlada, osteoartroses, hérnias discais, refluxo gastroesofageano com indicação cirúrgica, colecistopatia calculosa, pancreatites agudas de repetição, esteatose hepática, incontinência urinária de esforço na mulher, infertilidade masculina e feminina, disfunção erétil, síndrome dos ovários policísticos, veias varicosas e doença hemorroidária, hipertensão intracraniana idiopática, estigmatização social e depressão.


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