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Infectologista propõe discutir modelo de urbanização para combater o Aedes aegypti

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O infectologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, de São Paulo (SP), Artur Timerman, defende que seja discutido no país um novo modelo de urbanização nas cidades, com mais áreas verdes e formas efetivas para escoamento da água, para combate do mosquito Aedes aegypti. “Caso contrário, todos os esforços serão infrutíferos. Enquanto tivermos uma urbanização caótica, não vamos conseguir erradicar esses mosquitos no Brasil”, ressalta o especialista, que também é presidente da Sociedade Brasileira de Dengue e Arbovirose.

O número de casos notificados de dengue no Brasil chegou a 1,6 milhão em 2015, período em que foi registrada uma das piores epidemias da doença. Segundo o Ministério da Saúde, em 2016 já são mais de 170 mil casos suspeitos. Este é o maior número de casos de dengue já registrado em um só ano desde o início da série histórica, em 1990. Antes, a maior epidemia registrada da doença havia ocorrido em 2013, quando o país teve 1,4 milhão de casos notificados. Além do maior número de casos, o Brasil também teve recorde no número de mortes em decorrência da doença em 2015. Ao todo, foram 863 óbitos.

De acordo com Timerman, não há outro jeito para se defrontar com o mosquito nos dias de hoje. “A dengue, assim como as demais infecções (Zika vírus e Chikungunya) é um tipo de produto acabado em relação ao modelo de urbanização que temos no país: um grande número de cidades, saneamento básico e coleta de lixo inadequados e áreas totalmente impermeabilizadas. Quando chove, a água não tem para onde ir, então, as enchentes servem de cenário do dia a dia de todas as nossas capitais. É aí que o mosquito encontra o que precisa para se proliferar nesse habitat: calor e água em abundância. E onde existe esse mosquito, tem a transmissão dessas doenças.”

Um dos Estados mais afetados pela epidemia, São Paulo concentrou cerca de metade dos registros do país, com 733 mil notificações em todo o ano de 2015. A situação, porém, também gerou alerta em outros Estados. Ao todo, 22 deles tiveram aumento de casos da doença no último ano em comparação a 2014. A maior incidência de dengue foi registrada em Goiás, onde houve cerca de 2.500 casos a cada 100 mil habitantes.

Sobre os cuidados necessários para se evitar a dengue, é necessária a utilização de calças e blusas com manga comprida, meias e repelentes à base de Icaridina, que é o produto mais eficiente contra o mosquito, principalmente no rosto, pescoço e mãos.


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